THE INSPECTOR CLUZO

Uma visita guiada aos bastidores do regresso triunfal dos METALLICA a casa, e ao coração da Califórnia, revelam a impressionante máquina por trás de dois espectáculos esgotados em Santa Ana.

Os METALLICA regressaram à sua terra natal para dois espectáculos memoráveis no Levi’s Stadium, em Santa Clara, nos dias 20 e 22 de Junho de 2025, como parte da monumental M72 World Tour. A ocasião não foi apenas mais um marco na carreira da banda; representou um verdadeiro regresso às suas origens perante mais de 110 mil fãs ao longo das duas noites. A dimensão do evento e a logística por trás dos bastidores foram reveladas em reportagens especiais da KPIX (filial da CBS Bay Area) e NBC Bay Area, que acompanharam o coordenador da digressão, Jon-Michael Marino, numa visita ao muito complexo palco circular dos METALLICA.

“Existe certamente uma energia diferente quando se está em casa, seja por alguma pressão extra, seja por um incentivo adicional”, explicou Jon-Michael Marino à KPIX. “Para mim, alguns dos melhores concertos de uma digressão são, sem dúvida, os da casa”. Essa energia foi palpável entre os fãs que começaram a formar filas às três da manhã, ansiosos por garantir merchandise exclusivo e lugares privilegiados para testemunhar o espetáculo.

Ao longo de oito dias, o Levi’s Stadium foi totalmente tomado pela operação METALLICA: 350 membros da equipa trabalharam incansavelmente, durante seis dias de montagem, para descarregar e instalar as 87 carrinhas TIR carregadas com centenas de toneladas de equipamento. O palco em forma de anel, que já se tornou imagem de marca da digressão, inclui oito torres com 588 altifalantes no total, foram usados milhares de metros de cabos de fibra ótica, 192 entradas de áudio e 72 câmaras, que captaram todos os ângulos do estádio.

Como habitual, o icónico Snake Pit ocupou o centro do estádio, rodeado por quatro kits de bateria estrategicamente posicionados para que Lars Ulrich possa estar mais próximo do público em diferentes momentos do concerto. A escala do arsenal da banda também impressiona: 64 guitarras e baixos andam em digressão, sendo que 36 devem estar prontos para o espectáculo em cada noite — 12 por membro.

Segundo, Jon-Michael Marino, esta exigência deve-se à diversidade de afinações ao longo dos 15 a 16 temas que compõem o alinhamento, e também à necessidade de substituições imediatas em caso de cordas partidas ou instrumentos desafinados. A cada concerto, são usados ou distribuídos cerca de 6.000 palhetas e 25 baquetas.

As noites na Bay Area inseriram-se na tradição dos METALLICA de oferecerem dois concertos distintos em cada cidade. A banda continua a apresentar setlists completamente diferentes em cada espectáculo, sem repetição de temas, numa celebração da sua vasta carreira e do recente álbum «72 Seasons». Este conceito, baptizado de No Repeat Weekend, tem sido um dos trunfos da digressão, mantendo a fasquia elevada tanto para o público como para os músicos.

Segundo o empresário Cliff Burnstein em entrevista à Billboard, “entre 80% e 90% dos fãs assistem aos dois concertos em cada cidade”, um sinal claro da dedicação da base de fãs da banda. Desde o arranque da digressão, em Abril de 2023, em Amesterdão, os METALLICA já tocaram para cerca de três milhões de pessoas, com actuações que têm sido amplamente elogiadas pela imprensa internacional. A etapa norte-americana de 2025 prossegue com nomes emblemáticos como PANTERA, LIMP BIZKIT, SUICIDAL TENDENCIES e ICE NINE KILLS, mantendo vivo o espírito da No Repeat Weekend e oferecendo uma sequência concertos que prometem continuar a surpreender.