Editado no dia 9 de Novembro de 1998, o terceiro álbum dos MESHUGGAH é mais do que apenas um álbum de metal. É uma obra-prima que redefiniu os limites e deixou uma marca indelével na história da música extrema.
Formados no final dos 80s, os suecos MESHUGGAH são um dos projectos mais aclamados das últimas três décadas. Interpretando e re-inventando a música extrema de forma complexa, através da fusão de arranjos matemáticos com ritmos esquivos de jazz experimental e uma dose impressionante de balanço demolidor. Oriundos da cidade de Umeå, ao longo da sua carreira, os MESHUGGAH já gravaram oito álbuns de qualidade superior — sendo o mais recente «Immutable», editado a 1 de Abril de 2022 — e, pelo caminho, elevaram a níveis estratosféricos a técnica e intensidade esperadas de bandas do género.
Convenhamos, por esta altura os suecos já não têm nada a provar. O auspicioso trabalho que assinaram em início de carreira, patente em álbuns incontornáveis como «Destroy Erase Improve» e «Chaosphere», permitiu-lhes estabelecerem a sua posição como um dos nomes mais notáveis e aplaudidos na história do metal moderno, com os músicos suecos a influenciarem uma infinidade de géneros e subgéneros, do hardcore ao progressivo, passando pelo djent.
Ora bem, o lançamento do «Chaosphere», a 9 de Novembro de 1998, marcou um ponto de viragem não só na discografia dos MESHUGGAH, mas também na história de todo o metal extremo. Este álbum, que foi recentemente celebrado com uma reedição remasterizada de 25.º aniversário, continua a ser visto de forma generalizada como um marco na evolução do género, influenciando inúmeras bandas e definindo novos padrões de complexidade rítmica e intensidade sonora.
Afinal, o que torna o terceiro álbum dos MESHUGGAH tão especial? A resposta a essa pergunta reside na sua abordagem única e inovadora. Quando o «Chaosphere» foi lançado a banda já era bem reconhecida pela mestria técnica e experimentalismo, mas tratou de levar a complexidade rítmica a um novo patamar neste disco. Os intrincados padrões de bateria de Tomas Haake, combinados com os riffs dissonantes e as melodias tortuosas, criam uma experiência auditiva que desafia e recompensa o ouvinte.
No entanto, o «Chaosphere» não é, nem nunca foi, apenas um exercício de virtuosismo técnico. Todos os temas incluídos no alinhamento são extremamente ricos em nuances e emoção, explorando temas como alienação, paranoia e a busca por significado num mundo caótico. A voz gutural de Jens Kidman, sempre carregada de raiva e desespero, adiciona uma camada extra de intensidade à música.
Feitas as contas, o impacto dos MESHUGGAH, e sobretudo do «Chaosphere» estende-se muito além da música extrema, com a influência destes temas a ser sentida em diversos géneros, do metalcore ao math rock. A capacidade que a banda demonstrou para criar temas que são. ao mesmo tempo, bem complexos e acessíveis, inspirou toda uma nova geração de músicos, que buscam constantemente novas formas de desafiar as convenções e expandir os limites da música.