Realizou-se ontem, sexta-feira, 16 de Abril de 2021, mais uma edição dos prémios anuais Spellemann, numa celebração da música local editada durante o ano passado. No entanto, o júri dos “Grammys da Noruega” decidiu premiar também a carreira de uma das mais infames bandas do seu país, com os (the true) MAYHEM a receberem um Prémio Honorário pelo notável trabalho desenvolvido ao longo de um percurso que, por esta altura, já soma mais de três décadas de existência. A notícia foi avançada — sem grande alarido, diga-se — pela banda, através das redes socais, com a partilha de algumas imagens e do discurso que antecedeu a subida do baixista Necrobutcher a palco para recolher a estatueta.
Directo ao assunto, o discurso introdutório diz praticamente tudo o que há para dizer em relação ao impacto que o grupo teve a nível global: “Ícones, lendas, definidores de género e criadores de música de classe mundial. Desde o início em 1984, os vencedores deste Prémio Honorário fizeram temas que chocaram, hipnotizaram e inspiraram. Com a sua expressão musical inovadora e experimental, são considerados os fundadores do seu subgénero. Para além disso, inspiraram legiões de artistas de todas as idades em todo o mundo. Novos documentários, livros e revistas ainda estão a ser feitos sobre o grupo e o género que ajudaram a definir e a criar. Na realidade, torna-se praticamente impossível descobrir o black Metal norueguês sem conhecer os vencedores deste Prémio Honorário. É inevitável ver a banda como lendária e gigante na música norueguesa. O Prémio Honorário deste ano vai para os MAYHEM.“
Fundados em 1984, até à data os MAYHEM lançaram seis álbuns de estúdio, bem como várias maquetas, EPs e álbuns ao vivo. A sua estreia em álbum, o «De Mysteriis Dom Sathanas», de 1994, é considerado por muitos como o mais influente álbum de black metal de todos os tempos. Tendo-se afastado progressivamente da controvérsia gerada nos primeiros anos de carreira, a banda continuou sempre a empurrar limites e, hoje em dia, pode ser considerada uma das forças mais inovadoras do metal extremo e da arte sinistra, algo que se aplica tanto aos seus espectáculos ao vivo quanto às suas recentes gravações de estúdio. O mais recente longa-duração da banda, intitulado «Daemon», foi editado em 2019 pela Season Of Mist.