THE INSPECTOR CLUZO

Segundo o Cavalera mais velho, o novo longa-duração dos SOULFLY resgata a essência do início, mas promete peso renovado e ‘grooves’ ainda mais densos.

MAX CAVALERA está a finalizar o processo de criação do 13.º álbum de estúdio dos SOULFLY, e, claro, as expectativas são altas. Em entrevista recente ao MetalUnderground.com, o vocalista e fundador da banda revelou que o sucessor de «Totem», de 2022, já está praticamente concluído e que o LP será um regresso consciente ao espírito do disco de estreia, lançado em 1998.

“Neste momento estamos a trabalhar no novo disco dos Soulfly. Está a correr bem, estamos a demorar todo o tempo necessário para fazer as coisas da forma certa. Estamos na fase final das gravações e depois vamos começar a misturar e a escolher as músicas que vão para as redes, Spotify e tudo isso. Mas sim, estou muito orgulhoso do álbum”, afirmou Cavalera, entusiasmado com o que aí vem.

Sobre a orientação musical do novo trabalho, o músico explicou que o álbum foi construído a partir de uma reflexão profunda sobre o passado da banda, mas com uma abordagem moderna e mais agressiva. “Sinto que este disco tem o espírito aventureiro do primeiro álbum. Sonoramente, é bastante diferente — é mais intrincado e talvez até mais pesado, com grooves mais pesados. Mas em termos de espírito e atitude, está muito próximo daquele primeiro registo, o que acho incrível”, disse ele.

Para o líder dos SOULFLY, o desafio foi precisamente recuperar a mentalidade criativa do final dos anos 90 sem cair na repetição: “Foi uma experiência divertida e difícil ao mesmo tempo. Pensámos: ‘Vamos tentar isto. Vamos ver se consegues usar o teu primeiro álbum como inspiração para o 13.º’. E foi muito bom. Adoro essa vibração que o disco tem.” Cavalera destacou ainda que este novo álbum procura captar aquilo que os fãs mais antigos da banda sempre apreciaram:

“É, de certa forma, um regresso àquilo que me fez — e aos fãs — apaixonarmo-nos pelos SOULFLY. Ao longo dos anos, os álbuns foram tendo diferentes vibrações, alguns mais thrash como o «Dark Ages», de 2005, o «Omen», de 2010, o «Conquer», de 2008… Portanto, fazer um disco inspirado no primeiro sem o copiar foi um verdadeiro desafio. Estou a usar essa energia apenas como inspiração. As músicas vão ter a sua própria personalidade e vibração, mas está a sair algo bastante interessante.”

Questionado sobre a data de lançamento, Max Cavalera apontou para Outubro como o objetivo actual. No entanto, os fãs europeus vão ter uma oportunidade especial: “Temos uma digressão pela Europa que começa em Junho e vai até ao final de julho. Vamos tocar uma ou duas músicas novas, o que acho óptimo. Já o fiz antes, com a «Primitive», que foi escrita ao mesmo tempo que o primeiro disco, mas só apareceu no segundo. Tocá-la ao vivo antes foi uma forma de preparar o público. Agora, com a internet, o pessoal vai gravar e partilhar, por isso é uma forma de sentir o disco antes de Outubro.”

Entretanto, a banda sofreu uma mudança significativa na sua formação: em Abril, os SOULFLY separaram-se do baixista Mike Leon, que fazia parte do grupo desde 2015. Ex-membro dos HAVOK, Leon substituiu Tony Campos (actualmente nos STATIC-X), e contribuiu para os discos «Ritual» (2018) e «Totem» (2022). O mais recente álbum da banda, «Totem», foi gravado no estúdio Platinum Underground, no Arizona, e a produção ficou a cargo de Max Cavalera e Arthur Rizk — conhecido pelo seu trabalho com nomes como KREATOR, MUNICIPAL WASTE ou CODE ORANGE.