Com o «Leviathan» a provocar ondas no underground, há quase duas décadas os MASTODON eram a banda que toda a gente queria ver ao vivo. Este vídeo mostra porquê.
É 2004, o HELLFEST ainda está longe de ser o gigante festival europeu da actualidade. Na verdade, este é um HELLFEST totalmente diferente e, provavelmente, de que poucos se vão lembrar. Em Nova Jérsia, nos Estados Unidos, SLIPKNOT, SOULFLY e TESTAMENT eram os cabeças-de-cartaz, mas um contingente de nomes (à altura) emergentes, como THE DILINGER ESCAPE PLAN, NORMA JEAN ou CONVERGE, faziam perceber que o evento pretendia estar na linha da frente do som que se fazia naqueles anos.
Entre estes nomes, estavam também os MASTODON, que, em Abril do ano anterior, tinham tocado para escassas dezenas de pessoas no Hard Club, em Gaia, e no Paradise Garage, em Lisboa, naquela que foi a estreia da banda de Atlanta em Portugal. Entretanto, o quarteto tinha lançado o magnífico «Leviathan», que celebrou mais um aniversário recentemente, e — corria o ano de 2004 — eram uma proposta que ninguém queria perder a oportunidade de ver.
Verdade seja dita, os MASTODON são toda uma verdadeira lição de como sair de um nicho musical, ganhar novas audiências, chegar à MTV, nunca comprometer e continuar a lançar álbuns de topo de lista, ao fim de mais de duas décadas de carreira. Esta rendição da «Workhorse», com os menos de quatro minutos de raiva que dura, explica bem como conseguir isso.
Não interessa o estilo, desde que a qualidade musical esteja lá, tudo fica mais fácil. O primeiro a brilhar é Brann Dailor com a sua batida genial, depois chegam as vocalizações iradas de Brent Hinds, enquanto a dupla Bill Kelliher e Troy Sanders percorre o palco enlouquecida. Entre o caos e a descarga decibélica, isola-se o virtuosismo e a musicalidade. Como podes conferir no player em baixo, a «Workhorse» é um monumento ao decibel e, depois, termina com aquele quase rip off à «Imperial March», do “Star Wars”. Como não apreciar um mindfuck destes?
Quiçá ignorado pelos fãs mais recentes, este é um dos temas incontornáveis de um grupo que só não se tornou maior, porque foi dos primeiros a sofrer com a pirataria e com os downloads ilegais… Não fosse o mundo digital e talvez os MASTODON tivessem um estatuto ainda maior, mas não fosse o digital e esta coluna também não existiria.