MASSACRE METAL FEST

MASSACRE METAL FEST @ DCA Adosloquense, À-Dos-Loucos, Vila Franca de Xira | 04.05.2024 [reportagem]

No passado fim de semana, À-dos-Loucos recebeu o MASSACRE METAL FEST, uma boa mostra do que o melhor o underground luso tem hoje para oferecer.

No passado sábado, À-dos-Loucos recebeu a oitava edição do MASSACRE METAL FEST, um evento que começa a tornar-se um marco importante no underground nacional. A maratona de concertos iniciou-se com os thrashers ribatejanos LEGACY OF PAYNE. São um dos nomes mais recentes da cena nacional e deixaram boa imagem no palco, faltando talvez alguma rodagem para terem um pouco mais de coesão. O talento, no entanto, está lá e isso notou-se ao ouvir com temas como «State Of Agression» ou «Reign Of Death».

Seguiram-se os WAROUT, que surpreenderam – e de que maneira! Formada em 2022, a jovem banda de Lordelo/Paredes ainda não tem um longa-duração gravado, mas alguns dos temas apresentados prometem um futuro risonho para esta gente. Apesar da electricidade ter “ido ao ar” ao início do segundo tema, nem isso foi um problema para os músicos, que mantiveram o ritmo. A versão da sempre frenética «Whiplash», dos Metallica, acabou por mexer bastante com o público presente na sala e, no MASSACRE METAL FEST, os WAROUT mostraram que são uma banda a ter em conta no futuro próximo.

Os DOLMEN GATE, que actuaram logo a seguir, foram a primeira de uma linhagem de bandas mais tradicional, e menos thrash, que caracterizou a grande maioria dos nomes presentes no festival. Frescos de uma aparição no festival alemão Keep It True, os músicos lisboetas apresentaram temas do excelente álbum de estreia, «Gateways Of Eternity».

Começaram ao som de «Retribution» e «The Oath». Seguiu-se «Horizon Call» e, no início de «Chambers Of Magic», a electricidade voltou a falhar. Problema corrigido rapidamente e a banda lá seguiu com a sua actuação, que terminou ao som de «Rest In Flames». Para quem gosta dos primeiros discos dos Manowar ou dos Grand Magus, os DOLMEN GATE podem ser a vossa banda!

Já os NAGASAKI SUNRISE são caóticos e intensos. São daquelas bandas que não dão um segundo de descanso que seja, para o bem e para o mal. Convenhamos, o som estava um pouco confuso, mas isso acabou por não importar muito tendo em conta a intensidade que mostraram em palco. «Loud As Fuck» deu início às hostilidades, logo seguido por «Land Of The Rising Sun» e, depois, houve viagem ao mais recente split da banda com «Ghosts Of Iwo Jima». No resto da actuação, os músicos foram-se dividindo entre temas de «Turn On The Power» e o LP «Distalgia», com o concerto a terminar com «Battleships» e o tema-título do EP.

Feitas as contas, os SPEEDEMON foram quem teve mais azar, com a electricidade a faltar logo durante o segundo tema – ainda tentaram tocar duas vezes a «Wall Of Pain» duas vezes, mas não estava fácil. Felizmente a situação voltou ao normal e os músicos lá seguiram com temas como «Speedemon» e «Roads Of Madness». Com alta rodagem e com mais um mês de digressão nas pernas, os TOXIKULL chegaram a À-dos-loucos para apresentar temas do mais recente «Under The Southern Light».

Foi com «Cursed And Punished» que subiram ao palco, logo seguido por «Around The World» e «Battle Dogs». Apesar do cansaço visível, os músicos tinham viajado de Sevilha directamente para o festival, tocaram «Under The Southern Light» e, durante «I Will Rock Again»,a electricidade voltou a falhar. Os TOXIKULL tocaram o tema novamente, assim como «Night Shadows». Para terminar, ficou a versão da clássica «Iron Fist», e ainda «Metal Defender».

Já a entrar na recta final do evento, os veteranos portuenses HOLOCAUSTO CANIBAL não deixaram os seus créditos por mãos alheias com o seu grind puro e duro. Os primeiros oito temas, foram todos daquele que é, ainda, o mais recente álbum, o muito elogiado «Crueza Ferina». Já para o último bloco de temas, não faltaram clássicos como «Empalamento» ou «Violada Pela Motoserra», e ainda houve tempo para «Miasmas Onanizantes» e «Sortilégio Da Perversão».

O cansaço já era muito quando os lendários FILII NIGRANTIUM INFERNALIUM subiram ao palco. A banda de Belathauzer começou ao som de «Sacra Morte» e «Pó», com o guitarrista e vocalista a comandar os procedimentos com a classe que já se lhe conhece.