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Apesar da gravidade da situação, a digressão europeia dos MALEVOLENT CREATION, que passa por Lisboa no próximo Sábado, prossegue com formação reduzida.

Os norte-americanos MALEVOLENT CREATION são uma das principais atracções da edição inaugural do LX Extreme Summer Invasion e sobem este Sábado ao palco da Music Station, em Lisboa, numa actuação que ganha agora contornos dramáticos. A lendária banda norte-americana de death metal, que foi criada em 1986, sofreu um revés terrível, mas vai prosseguir a sua tour europeia apesar da ausência forçada do guitarrista e membro fundador Phil Fasciana, que se encontra actualmente hospitalizado — e em estado crítico — numa unidade de cuidados intensivos em Montpellier, França, com uma pneumonia bacteriana.

O concerto em Lisboa será o segundo da digressão a acontecer sem Fasciana, que foi internado de urgência na noite de ontem, quarta-feira, pouco depois de uma actuação no sul de França. Segundo comunicado divulgado nas redes sociais pelos restantes membros da banda — o baterista Ronnie Parmer, o baixista/vocalista Jesse Jolly e o guitarrista Chris Cannella — o estado de saúde do músico é considerado “absolutamente crítico e potencialmente fatal”. A infecção poderá ter-se alastrado a outros órgãos, estando a família de Fasciana em contacto com os médicos para avaliar os próximos passos.

“Estamos todos devastados por ver o Phil nesta situação. Por favor, mantenham-no nos vossos pensamentos ou orações com esperança de uma recuperação completa”, escreveram os músicos num apelo sentido. “É com o apoio e orientação da sua família imediata que decidimos continuar a digressão, pois ele precisa de se concentrar totalmente na recuperação.”

Contando com quase quatro décadas de carreira, os MALEVOLENT CREATION transformaram-se numa das instituições incontornáveis do death metal norte-americano. Criados em Buffalo, Nova Iorque, mas posteriormente radicados na Florida — o epicentro do género nos anos 90 —, lançaram álbuns icónicos e fundamentais como «The Ten Commandments», de 1991, «Retribution», de 1992, ou «Eternal» , de 1995, construindo uma reputação feroz tanto em estúdio como ao vivo.

Apesar das inúmeras mudanças de formação ao longo dos anos, Phil Fasciana permaneceu sempre como o pilar criativo da banda. O seu estilo cortante, lírico e implacável ajudou a definir a sonoridade brutal e sem concessões dos MALEVOLENT CREATION, influenciando sucessivas gerações de músicos dentro e fora do death metal.

O mais recente álbum da banda, «The 13th Beast», lançado em 2019 pela Century Media, marcou uma nova fase na história do grupo, sendo o primeiro sem o icónico vocalista original Bret Hoffmann, falecido em 2018. Com Lee Wollenschlaeger na voz e guitarra e Phil Cancilla na bateria, o disco foi bem recebido pela crítica, mantendo a intensidade clássica do grupo e abrindo espaço a novas direções sonoras.

No entanto, a formação actual conta com Jesse Jolly, que assumiu a liderança vocal e o baixo, Ronnie Parmer na bateria e Chris Cannella, antigo membro dos Deicide, na segunda guitarra. Serão estes três músicos que vão defender o legado de MALEVOLENT CREATION em palco este Sábado em Lisboa, num concerto que promete ser tanto uma celebração da resistência do death metal como uma homenagem ao colega e amigo hospitalizado.

Não se espera qualquer substituição para o lugar de Fasciana nesta etapa da digressão. O trio restante deverá adaptar os temas ao formato de uma só guitarra, uma escolha que reflecte o desejo da família do músico de que a digressão prossiga sem alterações drásticas, mantendo vivo o espírito de uma banda que se recusou sempre a parar.

Os bilhetes para o LX EXTREME SUMMER INVASION continuam disponíveis por 40€ e poderão ser adquiridos através da Unkind.pt. A organização apela à comparência massiva dos fãs como sinal de solidariedade para com Phil Fasciana e todo o universo MALEVOLENT CREATION. A recuperação do guitarrista será actualizada pelos seus colegas de banda assim que houver mais informações médicas disponíveis. Até lá, a digressão segue — com Lisboa no horizonte imediato.