MALEVOLENT CREATION

MALEVOLENT CREATION: Phil Fasciana à espera de alta hospitalar após pneumonia bacteriana

O guitarrista, estratega e membro fundador dos MALEVOLENT CREATION esteve em coma durante oito dias e prepara-se agora para regressar a casa.

Depois de um mês absolutamente devastador, Phil Fasciana, guitarrista e único elemento original dos MALEVOLENT CREATION, espera finalmente receber alta hospitalar na próxima semana, após uma luta intensa contra uma grave pneumonia bacteriana que o deixou em coma e quase lhe custou a vida. O músico está internado numa unidade de cuidados intensivos em Montpellier, França, desde meados de Julho, mas anunciou hoje, 1 de Agosto, que está prestes a regressar a casa.

“Hoje estou a fazer os últimos testes e, se tudo correr bem, serei liberto na segunda ou terça-feira, no máximo”, escreveu Fasciana nas redes sociais. O músico, visivelmente emocionado e com um misto de alívio e incredulidade, partilhou mais detalhes sobre o estado crítico em que se encontrava: “Os meus pulmões estavam cheios de sangue há já algum tempo. Ninguém tinha detectado nada, mesmo depois de várias análises, TACs, ressonâncias magnéticas e consultas de rotina.

Felizmente, os médicos franceses perceberam logo o que se passava. Depois de estar em coma durante oito dias, explicaram-me tudo e, claro, ri-me e disse ‘sim, claro!’. Um dos médicos pediu-me para cuspir no chão e, claro como água, era sangue puro. Estava a morrer.” Fasciana atribui a detecção e o tratamento eficaz à equipa médica francesa, mas não esquece o papel crucial dos seus companheiros de banda — Ronnie Parmer, Jesse Jolly e Chris Cannella — que o apoiaram durante todo o processo e decidiram continuar a digressão europeia dos MALEVOLENT CREATION como trio, começando pelo concerto a 17 de Julho no Razzmatazz, em Barcelona.

“Tenho de levar as coisas dia após dia, mas vamos estar de volta à estrada com os KRISIUN no Brasil em Setembro e, depois, vou estar também presente na nossa digressão norte-americana em Outubro. Estas últimas quatro semanas foram uma loucura, mas estou de volta!”, declarou, com o optimismo típico de sobreviveu a uma situação extrema.

A recuperação de Fasciana é particularmente significativa tendo em conta a sua importância histórica no panorama do death metal. Fundador dos MALEVOLENT CREATION em 1986, em Buffalo, Nova Iorque, e mais tarde radicado em Fort Lauderdale, na Florida, Phil Fasciana é o motor contínuo de uma das bandas mais respeitadas da cena extrema norte-americana. Desde a icónica estreia «The Ten Commandments», de 1991, até ao mais recente «The 13th Beast», de 2019, o guitarrista sempre manteve viva a chama do death metal agressivo e técnico que caracteriza a discografia do grupo.

«The 13th Beast», lançado pela Century Media, foi o primeiro e único registo dos MALEVOLENT CREATION com o vocalista/guitarrista Lee Wollenschlaeger e com o baterista Phil Cancilla. A saída de ambos, em 2020, assinalou mais uma mudança numa formação que tem sido constantemente renovada ao longo dos anos, muitas vezes em resposta a tragédias pessoais, como a morte do vocalista de longa data Bret Hoffmann, em 2018, vítima de um cancro do cólon em estado avançado.

Hoffmann, que faleceu aos 51 anos, deixou também uma marca indelével na história dos MALEVOLENT CREATION, tendo gravado alguns dos álbuns mais importantes da banda — incluindo os três primeiros, os incontornáveis «The Ten Commandments», «Retribution» e «Stillborn» — e regressado em várias ocasiões, nomeadamente para participar em «Doomsday X», de 2007, «Invidious Dominion», de 2010, e ainda «Dead Man’s Path», de 2015. A morte do cantor foi um golpe duro para o grupo, mas Phil Fasciana continuou, fiel à sua visão artística e determinado a manter o legado da banda vivo.

Embora a origem da infeção bacteriana continue por esclarecer, a experiência serviu como alerta para o músico e para os seus seguidores. “Vou ao médico todos os meses desde que tive um acidente de carro em 2021. Nenhum detectou isto, apesar dos meus sintomas constantes. Foi preciso estar à beira da morte para que alguém encontrasse a origem do problema”, lamenta o músico, apontando falhas que podiam ter-lhe custado a vida. No momento em que se prepara para deixar o hospital, Phil Fasciana agradece ainda a todos os que lhe enviaram mensagens de apoio durante estas semanas difíceis.

“Obrigado aos meus companheiros de banda por me salvarem a vida, e a todas as pessoas ao redor deste mundo pelas vossas palavras gentis”, diz ele em jeito de despedida. Agora, o futuro dos MALEVOLENT CREATION volta a parecer seguro, pelo menos por agora — e, se depender da força de vontade de Fasciana, a máquina do death metal continuará a girar com a mesma intensidade brutal que sempre a caracterizou.