“Financeira e mentalmente, já não é suficiente para mim”, diz Jorge “Hoya Roc” Guerra, que fez parte dos MADBALL durante as últimas três décadas.
Jorge “Hoya Roc” Guerra, o carismático baixista dos MADBALL, revelou que vai deixar a banda depois de trinta anos de carreira na companhia de Freddy Cricien. O músico avançou a notícia no podcast One Life One Chance, e explicou que o motivo para a sua saída se prende com o facto das lendas do NYHC terem “desacelerado muito ao longo dos anos“. Guerra garantiu ainda que vai cumprir as restantes datas que já foram confirmadas pelo grupo na Europa e deixou claro que não há nenhuma animosidade entre ele e os seus futuros ex-companheiros de banda.
“Tenho mais duas digressões europeias para fazer e vou deixar a banda“, disse Hoya durante a conversa que podes ouvir na íntegra em baixo. “Quero deixar uma saudação ao resto dos Madball. Amo-os a todos e tudo mais, mas a verdade é que a banda desacelerou demais e vi-me obrigado a acumular funções, por isso tenho de me desdobrar constantemente. Para ser sincero, hoje em dia, financeira e mentalmente, já não é suficiente para mim.“
“Há muitas coisas que quero fazer — e, como disse, os meus filhos comem muito“, continuou ele. “Hoje em dia tenho mesmo de trabalhar e a banda desacelerou. Portanto, para mim, tornou-se mais difícil fazer as coisas acontecerem, mas a verdade é que não há crise nenhuma entre nós. É tudo amor. Desejo-lhes tudo de bom, mas só vou fazer as próximas duas digressões europeias — e, basicamente, é isso.“
Guerra juntou-se aos MADBALL em 1993 após a saída do baixista original, Roger Miret, dos AGNOSTIC FRONT. Até ao momento, a banda norte-americana — que passou recentemente por Portugal — ainda não comentou a saída no músico, nem revelou em quem está a pensar para substituí-lo.
Parte da cena hardcore de Nova Iorque, os MADBALL deram os primeiros passos em 1989 como um projecto paralelo dos lendários Agnostic Front. Liderados pelo vocalista Freddy Cricien, o irmão casula de Roger Miret, começaram por lançar um single, intitulado «Ball Of Destruction», mas só em 1991 atingiram realmente o seu ritmo, com uma formação que ficava completa com Matt Henderson e Vinnie Stigma nas guitarras, Will Shepler na bateria e Hoya Roc no baixo.
Esta encarnação do grupo gravou então o EP «Droppin’ Many Suckas», que eventualmente levou à assinatura de um contrato com a Roadrunner em 1994. Graças a dois álbuns de qualidade superior — «Set If Off» e «Demonstrating My Style», de 1994 e 1996, respectivamente — e a um regime constante de tours, os MADBALL construíram uma base de fãs considerável fora de sua cidade natal e, durante as últimas duas décadas, não mais pararam de gravar ou de tocar por esse mundo fora.
Co-produzido por Tim Armstrong, dos Rancid, o nono álbum da banda, intitulado «For The Cause», foi editado em 2018 e, até ao momento, mantêm-se como o mais recente álbum de estúdio que gravaram.