O arranque da mais recente digressão europeia dos MACHINE HEAD ficou marcado por uma sentida (e poderosa!) homenagem após a notícia da morte do Príncipe das Trevas.
A morte de Ozzy Osbourne ecoou de forma imediata e devastadora no mundo do metal — e os MACHINE HEAD não ficaram indiferentes. Apenas vinte minutos antes de subirem ao palco na cidade austríaca de Linz, no no dia 22 de Julho, Robb Flynn e companhia receberam a trágica notícia da morte do lendário vocalista dos BLACK SABBATH através da Sky News. Em choque e ainda a digerir o impacto, a banda oriunda de São Francisco decidiu alterar radicalmente o alinhamento da noite: em vez da sua habitual introdução, optaram por abrir o concerto com dois clássicos absolutos da banda pioneira do heavy metal — «War Pigs» e «Children Of The Grave».
A actuação aconteceu no Posthof e marcou o início da digressão europeia de verão dos MACHINE HEAD. Segundo palavras partilhadas pelo próprio Robb Flynn nas redes sociais, esta foi uma decisão tomada no calor do momento, num misto de tristeza e reverência. “Descobrimos que o Ozzy tinha morrido através da Sky News, vinte minutos antes de subirmos ao palco na noite de abertura da nossa digressão europeia. Em estado de choque e profunda tristeza, decidimos abdicar do nosso alinhamento habitual”, escreveu o vocalista e guitarrista.
Após seguirem com o habitual ritual de entrada ao som de «Diary Of A Madman», a faixa emblemática de Ozzy que serve de introdução aos concertos da banda há mais de três décadas, os MACHINE HEAD deram início ao espetáculo mergulhando diretamente no repertório dos BLACK SABBATH. O resultado foi, nas palavras de Flynn, inesquecível: “Todos cantaram, todos sentiram que esta noite tinha um significado especial. Não havia um olho seco na sala.”
O vídeo da actuação foi disponibilizado online e tornou-se rapidamente viral entre os fãs, que elogiaram a espontaneidade e o impacto emocional da homenagem. A escolha de «War Pigs», um dos hinos mais icónicos do rock pesado e crítica feroz à guerra e à hipocrisia dos poderosos, seguida de «Children Of The Grave», que invoca a urgência de resistência e mudança num mundo sombrio, teve uma ressonância particularmente simbólica num momento de luto global para os amantes do metal.
O momento registado em Linz representa não apenas um tributo tocante a uma figura que moldou gerações inteiras de músicos e fãs, mas também um lembrete pungente de como a música pode unir uma sala cheia de estranhos na dor partilhada e na celebração de um legado. Para os que estiveram presentes, esta foi certamente uma noite para recordar — não apenas pelo início da digressão dos MACHINE HEAD, mas por um adeus sentido ao eterno Príncipe das Trevas. “Haveria muito mais a dizer sobre o poder das canções do Ozzy”, concluiu Flynn, “mas, por agora, deixaremos que a música fale por si.”
A ligação entre os MACHINE HEAD e Ozzy Osbourne não se limita a uma influência musical genérica. Ao longo dos anos, Robb Flynn sempre expressou a sua grande admiração por Ozzy Osbourne e pelo legado dos BLACK SABBATH, reconhecendo-os como um dos pilares fundadores do género que moldou a sua própria carreira. O uso prolongado de «Diary Of A Madman» como introdução regular nos concertos da banda é prova disso — uma homenagem silenciosa que agora ganhou um novo peso emocional.
















