Ao contrário de Corey Taylor, dos SLIPKNOT e STONE SOUR, que tornou recentemente público o seu desagrado em relação a plataformas como o Spotify e o YouTube, Robb Flynn, dos MACHINE HEAD, têm uma opinião bastante mais favorável em relação ao streaming. Numa entrevista recente à revista britânica KERRANG!, o vocalista, guitarrista e mentor dos muito badalados MACHINE HEAD, disse que plataformas como o Spotify ou o AppleMusic têm de “fazer parte da equação” se as pessoas quiserem que o heavy metal sobreviva. “Eu adoro o Spotify“, disse Flynn. “É uma das maiores mudanças na indústria da música desde que toco, e não entendo o ódio por parte da cena do metal. É bastante frustrante até. É algo inovador, que mudou tudo, e há pessoas suficientes a usá-lo para que se possa dizer que não é apenas uma moda. Olhamos ao nosso redor e vemos o hip-hop que, nos Estados Unidos, ultrapassou o rock pela primeira vez na história, e que está a adoptar totalmente o Spotify.” O músico continua o seu raciocínio com duas perguntas: “Vocês vêem Netflix, certo? Sentem falta de alugar um DVD no Blockbuster? Eu não! Adoro escolher uma merda qualquer na Netflix e pronto! Qual é a grande resistência do metal? E eu digo tudo isto sendo alguém que cresceu com o vinil… Depois, quando o vinil morreu, as cassetes eram o formato dominante. Lembro-me de quando os CDs foram lançados, e eu era totalmente contra porque tinha um leitor de cassetes.”
Para terminar a sua defesa dos serviços de streaming, o músico norte-americano diz que “se as pessoas querem que o metal sobreviva, isso deve fazer parte da equação. Para mim, se as pessoas querem comprar CDs e vinil, isso é óptimo. Se essa é a sua maneira preferida de ouvir a nossa música, que assim seja. Agora, tenham noção que não nos estão a apoiar a 100% apenas a comprar os CDs, porque isso já não chega para nos colocar nas tabelas de vendas. Agora, as posições nos gráficos são uma combinação de streams do YouTube e Spotify, downloads do iTunes, streams do Apple Music, e as vendas de CD e vinil são apenas um pedaço disso. Portanto, quando um rapper mais ou menos conhecido tem 4.000.000 de streams no YouTube, isso é crucial para a posição dele nos gráficos! Eu entendo, há mudanças, mas para mim não foi nada difícil… Aliás, é muito mais fácil! É estranho e acho que não é saudável, acho que o metal vai desaparecer se as pessoas não aceitarem o streaming, porque é uma parte cada vez mais importante da longevidade de uma banda.“