“Usámos muitos elementos clássicos dos MACHINE HEAD, mas também trouxemos alguns novos para a equação”, explica o timoneiro da banda californiana.
ROBB FLYNN, guitarrista, vocalista e líder dos MACHINE HEAD, participou recentemente no programa de rádio Full Metal Jackie e falou, entre outros temas, sobre um dos discos mais importantes da sua banda, o clássico «Through The Ashes Of Empire». Lançado em Dezembro de 2003, o álbum revitalizou, e de que maneira!, a carreira de Flynn e do seu grupo, que, dos dois LPs que o antecederam («The Burning Red» e «Supercharger»), decidiram embarcar na moda do malfadado nu-metal e, como se sabe, não obtiveram os melhores resultados.
Felizmente, com o «Through The Ashes On Empire», as coisas voltaram aos eixos. “Grande parte desse álbum foi escrita como uma banda de apenas três elementos“, começou por explicar o eterno timoneiro dos MACHINE HEAD. “Tínhamo-nos livrado do Ahrue Luster e o álbum foi praticamente todo escrito por mim com o Adam Duce e o Dave McClain na nossa sala de ensaio. Na altura, havia muita gente a duvidar de nós. Senti que tinha as costas contra a parede, por isso colocámos tudo na música e criámos esse grande épico“.
“Esse disco representou uma espécie de renascimento… Usámos muitos elementos clássicos dos Machine Head, mas também trouxemos alguns novos. Lembro-me que, na altura, estava a mergulhar de volta na vibração do início da NWOBHM, andava a ouvir os primeiros álbuns dos Iron Maiden e dos Mercyful Fate, coisas assim. As partes de guitarra deles eram muito mais melódicas e isso sempre me influenciou, por isso comecei a explorar muito mais harmonias e outras coisas. Às tantas, senti que o resultado era algo muito especial“, complementou o frontman dos MACHINE HEAD, que também falou sobre o tema mais famoso do disco.
“A «Imperium» foi a última canção que terminámos para o disco em termos de letra, e nem estava pronta quando entrámos no estúdio“, explicou o músico. “Como estava inacabada, lembro-me que fui buscar todo o veneno que sentia dentro de mim e de todas as pessoas que falavam mal e duvidavam que pudéssemos fazer algo grandioso novamente. Foquei-me muito na «Imperium» e, além de ser a faixa de abertura do álbum, ainda é a música que usamos com mais frequência para abrir os concertos, porque define o tom de tudo o que está por vir.“
«UNATØNED», o 11.º (e mais recente) álbum dos MACHINE HEAD, foi editado a 25 de Abril deste ano via Nuclear Blast Records. Produzido pelo carismático líder da banda, Robb Flynn, em colaboração com Zack Ohren, responsável pela engenharia de som, o álbum foi escrito em digressão e gravado entre Julho e Dezembro de 2023. Esta abordagem itinerante trouxe um sentido de urgência e energia renovada às composições do grupo.
Segundo comunicado de imprensa, com «UNATØNED», os MACHINE HEAD optaram por explorar uma sonoridade mais concisa e directa, mantendo a agressividade característica da banda, mas com uma abordagem ainda mais focada. Segundo os músicos, este álbum foi desenvolvido “com uma sensação decididamente americana“, marcando uma evolução relativamente aos registos anteriores.
“Escrever em movimento trouxe uma energia única a este material”, comenta Robb Flynn sobre o processo criativo. “Cada cidade, cada palco, cada experiência tornou-se parte do álbum. Queríamos algo cru, visceral, mas ao mesmo tempo focado e poderoso.” A colaboração com Zack Ohren reforçou essa visão, mantendo a identidade sonora da banda, mas com uma produção moderna e impactante.















