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MACHINE HEAD: Ao vivo no Pav. do Dramático, Cascais, 1994 [vídeo]

O clássico «Burn My Eyes» faz hoje 30 anos e, para assinalar a ocasião, recordamos a estreia ao vivo dos MACHINE HEAD em Portugal. Quem esteve lá?

Lançado mundialmente a 9 de Agosto de 1994, o álbum de estreia dos MACHINE HEAD, «Burn My Eyes», faz hoje 30 anos e, tanto tempo depois, continua a ser considerado um dos álbuns mais importantes da música extrema, tendo conquistado um nível de reconhecimento sem precedentes e gerando uma infinidade de imitadores.

À data de edição, o disco vendeu mais de 400,000 cópias em todo o mundo, transformando-se no lançamento de estreia melhor sucedido do catálogo Roadrunner até à edição do primeiro álbum dos SLIPKNOT. Gravado pelo produtor britânico Colin Richardson, liricamente o álbum lida com a desordem social e a tensão interna a banda tinha sido exposta na sua terra natal — Oakland, Califórnia. As letras de Robb Flynn reflectem, por exemplo, os motins de 1992 em Los Angeles e o cerco em Waco, no ano seguinte.

Um dos mais influentes nomes saídos da cena metal da costa oeste dos Estados Unidos, os MACHINE HEAD deram os primeiros passos guiados pelo talento de Robb Flynn, o ex- guitarrista dos thrashers Vio-Lence, e do baixista Adam Duce. Acompanhados por Logan Mader na posição de guitarrista e Tony Costanza como baterista, os músicos adoptaram uma ética de trabalho totalmente implacável e D.I.Y. que lhes garantiu um contrato com a Roadrunner Records, num relacionamento que se estenderia por todo o seu percurso até 2005.

A empolgante estreia nas edições com o incontornável «Burn My Eyes», editado em 1994, viu Costanza ser substituído por Chris Kontos e combinou o ataque poderoso, moderno e cheio de balanço demolidor dos Pantera com a volatilidade das bandas clássicas do thrash, valendo-lhes rapidamente uma vastíssima legião de seguidores na Europa. O álbum vendeu mais de 500.000 cópias e deu o tiro de partida para um enorme périplo mundial que durou quase dois anos.

Para comemorar a data de edição de um título tão icónico, recordamos aqui a estreia dos MACHINE HEAD ao vivo em Portugal, numa actuação explosiva, como “suporte” aos SLAYER, no desaparecido Pavilhão do Dramático, em Cascais, a 20 de Novembro de 1994.

Em 1997, com Dave McClain no lugar de Kontos, o quarteto lançou o segundo longa-duração, intitulado «The More Things Change», que os mostrou a misturarem de novo doses colossais de groove e ataques de velocidade estonteante com resultados verdadeiramente avassaladores. No entanto, os excessos das digressões e o estilo de vida intenso acabaram por afetar bastante o grupo, com Mader a sair em 1998, abrindo espaço para a entrada de Ahrue Luster ainda antes das gravações de «The Burning Red», que foi
editado no ano seguinte.

Mostrando uma abordagem bastante mais aventureira, com fortes influências de nu-metal, o terceiro LP viu-os a lutarem contra os seus demónios, mas deu origem ao seu primeiro single de sucesso, «From This Day». Ainda com Luster, o grupo lançou mais um longa-duração de estúdio, «Supercharger», em 2001, mas foi só depois da entrada do guitarrista Phil Demmel e da edição do muito elogiado «Through The Ashes Of Empires», em 2003, que ganharam um novo sopro de vida, a que deram continuação quatro anos depois com o agora clássico «The Blackening».

Depois de mais uma rota mundial muito bem sucedida, os MACHINE HEAD voltaram à mesa de desenho no final de 2010 e escolheram os Jingletown Studios, dos Green Day, para trabalharem num novo LP. Produzido pelo próprio Flynn, o sétimo álbum, intitulado «Unto The Locust», foi lançado em 2011, com o grupo a continuar a fazer digressões implacáveis tanto nos Estados Unidos como em toda a Europa.

Em Fevereiro de 2013, Duce deixou então os MACHINE HEAD, fazendo de Flynn o único membro remanescente da formação original. Após uma série de testes, Jared MacEachern, ex-Sanctify, foi nomeado como o seu substituto e, sem vontade de perder tempo, o quarteto Flynn, Demmel, McClain e MacEachern lançou «Bloodstone & Diamonds» e «Catharsis», em 2014 e 2018, respectivamente, antes da saída abrupta de Demmel e McClain no final de 2018.

Contrariando todas as expectativas, pouco tempo depois Flynn acabaria por anunciar uma reunião parcial da formação que gravou «Burn My Eyes» – com o retorno de Logan Mader na guitarra e Chris Kontos na bateria – para uma digressão de 25.º aniversário do álbum de 1994. Os músicos fizeram-se à estrada e andaram pelos Estados Unidos a tocar para plateias esgotadas, mas a pandemia acabou por ditar o final prematuro da rota.