LIMP BIZKIT

LIMP BIZKIT regressam ao palco pela primeira vez após a morte de SAM RIVERS [vídeos]

Os LIMP BIZKIT abriram a sua mais recente digressão num clima de emoção profunda, celebrando a vida do baixista fundador perante um estádio em silêncio atento e fervor absoluto.

O regresso dos LIMP BIZKIT aos palcos aconteceu sob um peso emocional raro, mas também com a força de quem transforma luto em comunhão. A estreia da digressão Loserville Gringo Papi Tour 2025, que decorreu no Estádio Fray Nano, na Cidade do México, marcou o primeiro concerto da banda desde a morte do lendário baixista Sam Rivers — e tudo na noite reflectiu a ausência, a memória e a permanência de um músico que ajudou a moldar a identidade sonora do grupo desde os anos 90.

O evento, que contou também com actuações dos Slay Squad, Riff Raff, Ecca Vandal, 311 e Bullet for My Valentine, funcionou como um crescendo até ao momento em que Fred Durst, Wes Borland, John Otto e DJ Lethal subiram ao palco. Apesar do cartaz bem sólido, tornou-se rapidamente evidente que o público aguardava apenas o reencontro com os autores de «Break Stuff», conscientes de que este não seria um concerto comum.

Poucos minutos após as luzes se apagarem, surgiu no ecrã gigante um vídeo de homenagem a Sam Rivers: imagens de arquivo, excertos de backstage e memórias pessoais entrelaçaram-se numa profunda homenagem que chamou a atenção pelo gesto que se seguiu. Os quatro elementos dos LIMP BIZKIT sentaram-se então de costas para o público, olhando para o ecrã como meros espectadores, não como protagonistas. No final, os quatro abraçaram-se longamente, enquanto no estádio ecoava a mensagem que aparecera no vídeo: “our brother forever”“o nosso irmão para sempre” — e “we love you forever”“amamos-te para sempre”.

A partir daí, o concerto transformou-se numa celebração catártica. O alinhamento de quinze temas foi meticulosamente pensado para equilibrar intensidade, nostalgia e emoção. A banda abriu a noite com «Break Stuff», num gesto simbólico que estabeleceu de imediato a comunhão visceral entre o palco e a plateia.

Seguiram-se clássicos como «Show Me What You Got», «Hot Dog», «My Generation» e «My Way», antes da energia do estádio explodir com «Rollin’ (Air Raid Vehicle)». Já a meio do concerto, temas como «Dad Vibes» e a interpretação sentida de «Behind Blue Eyes» (versão dos THE WHO) ofereceram momentos de maior introspecção.

O espectáculo ganhou um novo impulso com «Re-Arranged» e «Nookie», antes da banda surpreender ao chamar três fãs ao palco para partilhar o caos organizado de «Full Nelson». A recta final trouxe uma poderosa «Boiler», seguida da irreverente rendição de «Faith», originalmente de George Michael, e de uma contagiante «Take A Look Around». Como epílogo perfeito, o grupo regressou a «Break Stuff», e fechou o concerto com a mesma descarga emocional que o tinha iniciado — um círculo que espelhou bem como os LIMP BIZKIT escolheram transformar a saudade em força.

No baixo esteve Kid Not — também conhecido como Richie Buxton, um colaborador próximo de Ecca Vandal — que assumiu as linhas de Sam com respeito, discrição e energia, mantendo sempre a pulsação que caracteriza o som da banda. A sua presença permitiu que o concerto dos LIMP BIZKIT fluísse com muita naturalidade, embora ninguém no recinto tenha esquecido o vazio deixado por Rivers.

Horas antes do concerto, John Otto já tinha preparado os fãs para o peso do momento, partilhando um desabafo sentido nas redes sociais. “Hoje vai ser difícil. Uma ‘primeira vez’ que eu nunca, nunca quis viver. Especialmente não agora”, escreveu. O baterista lembrou a ligação fraterna com Rivers, confessando: “Tu stiveste presente em tantos momentos decisivos da minha vida. Algumas das minhas primeiras memórias foram feitas contigo. Crescemos juntos. Rimos juntos. Realizámos os nossos sonhos juntos. E viajámos o mundo juntos”.

Otto resumiu ainda o propósito dos LIMP BIZKIT nesta nova fase: “Vamos honrar a vida que viveste e o amor que espalhaste em cada concerto que dermos. Estarás sempre connosco”. E concluiu com um agradecimento ao público: “Obrigado aos nossos fãs por todas as mensagens de apoio e pelas homenagens ao Sam. Significa tudo para nós. Esta é por ti, Sammy”. No final, ficou claro que este concerto não foi apenas a abertura de uma digressão: foi um ritual público de despedida, uma afirmação de resiliência e a confirmação de que a história dos LIMP BIZKIT entra agora num novo capítulo.