Recordamos um dos momentos cruciais da carreira dos LED ZEPPELIN: a primeira actuação para uma estação de televisão.
Foi a 4 de Dezembro de 1980, aproximadamente dois meses após a trágica morte do baterista John Bonham, que os LED ZEPPELIN tomaram a difícil decisão de colocar um ponto final na sua carreira. O grupo preparava-se para iniciar uma digressão no Outono de 1980 quando Bonham faleceu. Após um dia de bebedeira, o músico foi deitar-se e, durante o sono, acabou por sufocar no seu próprio vómito.
De um momento para o outro, os LED ZEPPELIN viram-se privados de um dos seus elementos chave e, como resultado, a tour pendente foi imediatamente cancelada. Uns meses mais tarde, ocorreria a derradeira separação.Apesar de vários rumores sobre potenciais candidatos famosos para ocuparem o lugar atrás do kit, os membros restantes consideraram que não era certo interferirem no seu legado de Bonham, trazendo outra pessoa para tocar bateria com eles.
Num comunicado, o trio formado por Robert Plant, Jimmy Page e John Paul Jones explicou de uma forma bem simples e elegante a decisão: “Queremos que isso seja sabido. A morte de nosso querido amigo e o profundo respeito que temos pela sua família, juntamente com este senso de harmonia individual sentido por nós mesmos e pelo nosso agente, levaram-nos a decidir que não poderíamos continuar como estávamos.“
No player em cima podes ver um dos momentos mais icónicos do início de carreira dos LED ZEPPELIN. O vídeo mostra a primeira actuação do grupo para uma estação de televisão. Antes já tinham gravado para uma TV sueca, mas como The New Yardbirds. Na sessão dinamarquesa tocaram «Communication Breakdown», «Dazed and Confused», «Babe I’m Gonna Leave You» e «How Many More Times».
«Dazed and Confused» começa com o menos óbvio, o baixo. De todos os elementos dos LED ZEPPELIN, John Paul Jones é o menos conhecido, eventualmente o mais apagado. Curiosamente foi aquele que experimentou mais estilos musicais após 1980. Foi também ele que verdadeiramente segurou o grupo nos últimos quatro anos de existência, após o buraco negro que foi o ano de 1975.
Jimmy Page fica por ali, à mercê dos acordes de baixo que vão pairando, fosse hoje e alguém lhes meteria o rótulo de post-rock. Robert Plant começa a lamuriar-se, e um minuto depois de tudo ter começado, John Bonham é libertado e inicia um curto massacre de bateria, são apenas quinze segundos mas já se adivinha o que aí vem. Pelo canto da imagem vê-se a mão de Page, qual maestro segurando a batuta. Todos ali sabem o que fazer e ao que vêm.
Chega o riff massivo de Page e, nos próximos oito minutos, define-se muito do que é o heavy metal e homenageia-se o blues rock. Está lá o arco de violino, o experimentalismo sonoro de Page, a potência vocal de Plant, os duetos entre voz e guitarra, a irreverência rítmica de Bonham e aquele baixo sempre omnipresente. Há outras interpretações do tema, eventualmente superiores, algumas mesmo com a duração de todo este concerto, mas aqui está a génese, os primeiros passos de uma criança que se tornaria gigante. O Zeppelin tinha descolado!