Editado a 6 de Maio de 2003, o segundo álbum dos LAMB OF GOD continua a ser um dos registos mais furiosos concebidos em qualquer era da música pesada.
Parece que foi ontem, mas uma das primeiras obras-primas do renascimento do metal norte-americano já completa 21 anos! Editado originalmente a 6 de Maio de 2003, o «As The Palaces Burn», dos LAMB OF GOD, desencadeou um autêntico frenesim no movimento underground à escala global e, ao lado de um «Remission», dos MASTODON, lançado no mesmo ano, deu origem ao surgimento em catadupa de uma série de novas bandas apostadas em perpetuar (e revolucionar) o som eterno do outro lado ao Atlântico.
Por mais parvo que o rótulo New Wave Of American Heavy Metal, colado aos LAMB OF GOD durante um grande pedaço da sua carreira, possa parecer, não há como negar que foram estes músicos, muito graças ao «As The Palaces Burn», que introduziram ao público norte-americana a uma interpretação à moda do sul do vertiginoso metal extremo sueco popularizado por nomes como AT THE GATES e MESHUGGAH. A soar como a banda-sonora da demolidora campanha do General William Sherman durante a Guerra Civil, que resultou na total incineração das fortalezas confederadas, o segundo álbum da banda de Richmond continua a ser um dos registos mais furiosos concebidos em qualquer era da música pesada.
Com a estreia «New American Gospel», editado em 2000, os LAMB OF GOD tinham apresentado a sua versão cáustica, mas muito lúcida e actualizada, do groove metal ao mundo. Apoiados num método de composição surpreendentemente eficaz e numa dose imensa de confiança (sobretudo para um grupo a dar os primeiros passos), o quinteto liderado pelo carismático D. Randall Blythe marcou de imediato a sua posição, mas provavelmente ninguém, nem eles próprios, podia ter imaginado o salto que deram no espaço de três anos.
Para começar, aquele estranho som de bateria que tinha dominado o disco anterior foi abandonado em favor de uma sonoridade mais equilibrada e a capacidade para criarem riffs orelhudos a partir do cadáver cansado e desgastado da fórmula criada na década anterior pelos PANTERA permaneceu intacta, sendo refrescante descobrir algo memorável e cativante em praticamente cada um dos dez temas que os LAMB OF GOD incluíram no alinhamento.
Entre elas destacam-se, claro, a excelente combinação de «Ruin» e o tema-título, que oferece um muito potente salvo inicial, além do single «11th Hour», «Boot Scraper» e a absolutamente monstruosa «Vigil», que inserem continuamente linhas melódicas sombrias e distintas nos riffs mais pesados. Além disso, o progresso na performance de Blythe é notório, com o cantor a abandonar as influências mais óbvias de Phil Anselmo para estabelecer uma presença mais individual atrás do microfone.