Korpiklaani + Turisas + Trollfest @ Hard Club, Porto [reportagem]

Fim-de-semana de Carnaval, dia de jogo grande, noite de festival da canção e, mesmo assim, a primeira de duas datas desta digressão, em Portugal, teve de ser mudada para a sala maior do Hard Club, face à venda de bilhetes.

Quem entrasse a meio da actuação dos TROLLFEST pensaria tornar-se de uma festa de Carnaval, mas na realidade, os autores de «Kaptein Kaos» estavam vestidos como orgulhosos representantes do sexo feminino, não só porque não levam a música muito a sério, mas porque também vêem aí a hipótese de fazer uma festa. Não foi, assim, de estranhar que um dos primeiros temas fosse uma versão de Britney Spears, do tema «Toxic», ou que o baixista Lodd Bolt saltasse para a plateia para chefiar um comboio que chegou a sair da sala. No meio do caos festivo ainda sobrou tempo para cinco temas do recente «Norwegian Fairytales», mostrando que estes noruegueses até sabem bem o que fazem, mesmo quando gozam com hereges que odeiam o streaming dos cristãos, como em «Kjettaren Mot Strømmen». Foram quase quarenta minutos, em que ainda houve tempo para Bolt fazer um stage-diving sem largar o baixo.

Alinhamento TROLLFEST: «Fjøsnissens fjaseri», «Kjettaren Mot Strømmen», «Toxic», «Steel Sarah», «Illsint», «De Tre Bukkene Berusa», «Kaptein Kaos», «Professor Otto», «Deildegasten», «Solskinnsmedisin», «Espen Bin Askeladden», «Helvetes Hunden Garm».

Trollfest
Trollfest
Trollfest

Mais sérios, mas também apostando no visual, vieram os TURISAS, na tour que foi apelidada de Wayfarers & Warriors. Arrancando em força com «As Torches Rise», foi «A Portage To The Unknown» que levou à entrada em palco da violinista Caitlin De Ville, recém-chegada ao grupo, e que trouxe melodia ao concerto. Foi mesmo dela um dos momentos mais interessantes do concerto, com o bonito solo de violino antes do tema «Five Hundred And One». Num concerto de quase uma hora, foi a versão de «Rasputin», dos Boney M, que introduziu uma componente mais festiva a um concerto que estava a ser mais próximo do epic metal. Já em encore, os músicos sentaram-se para dois temas acústicos, encerrando assim a melhor actuação da noite, apesar de Warlord Nygård quase provocar um tumulto ao mostrar não ser grande apreciador da cerveja do norte de Portugal.

Alinhamento TURISAS: «As Torches Rise», «A Portage To The Unknown», «We Ride Together», «To Holmgard And Beyond», «In the Court Of Jarisleif», «Greek Fire», «Hunting Pirates», «Battle Metal», «Five Hundred And One», «Stand Up And Fight», «Rasputin», «The March Of The Varangian Guard», «For Your Own Good».

Turisas
Turisas
Turisas

Os KORPIKLAANI são uma mistura estranha, mas que resulta sempre em festa… Ficou, no entanto, a sensação de um sexteto a meio gás, fosse pela extensão da digressão ou pela idade dos seus elementos. Mesmo assim quem tem «Henkselipolka», ou «Lempo», na manga, pode sempre gerir o concerto, e foi isso que aconteceu, conseguindo manter-se sempre a energia em alta, só ficando os KORPIKLAANI de 2019 a perder em comparação com o furacão do passado. No final, espaço ainda para três temas, em encore, que funcionaram como elogio à bebida, sendo que no primeiro, «Beer Beer», as vozes couberam a Trollmannen, com todos os elementos dos TROLLFEST e KORPIKLAANI em palco, à excepção de Jonne Järvelä, que entraria para «Vodka». Uma noite bem passada, em que se esqueceu a bola e não se partiram telemóveis.

Alinhamento KORPIKLAANI: «Neito», «Korpikuusen Kyynel», «Aallon Alla», «A Man With A Plan», «Palovana», «Kallon Malja», «Harmaja», «Kotikonnut», «Henkselipolka», «Sillanrakentaja», «Kulästä Keväinen Kehto», «Lempo», «You Looked Into My Eyes», «Wooden Pints». Encore: «Beer Beer», «Vodka», «Happy Little Boozer»

Korpiklaani
Korpiklaani
Korpiklaani