Em vésperas da actuação no EVIL LIVE FESTIVAL, James “Munky” Shaffer, o guitarrista dos KORN, levanta o véu acerca do muito aguardado sucessor de «Requiem».
Num momento de pura redescoberta e compromisso com o som cru que os tornou ícones do nu-metal, os KORN estão já a gravar o sucessor de «Requiem» com todos os membros reunidos no estúdio e um método que remete para os primórdios da sua discografia. Durante a passagem da banda californiana pelo Download Festival, no Reino Unido, o guitarrista James “Munky” Shaffer revelou que a banda está a trabalhar no novo álbum utilizando fita analógica, num regresso às suas origens.
“Estamos a gravar tudo em fita. Estamos todos na mesma sala, a suar juntos. A fita está a correr. O técnico faz-nos sinal pela janela e começamos a tocar. Todos estamos focados. Se não acertamos, rebobinamos a fita e voltamos a tentar. Exige mais compromisso. É assim que fazíamos discos antigamente. Por isso há uma energia nisto que, penso eu, nos agrada”, afirmou o músico ao programa Rock Show With Daniel P. Carter, da BBC Radio 1.
Este método contrasta com as facilidades do registo digital e sublinha a vontade dos músicos em captar a essência orgânica do seu som. Num mundo dominado por softwares e correções automáticas, os KORN optam agora por uma abordagem que exige entrega total e uma química quase telepática entre todos os músicos. “É um processo mais demorado, mas há algo especial quando nos ouvimos tocar juntos no mesmo espaço, sem filtros”, acrescentou Munky, realçando o impacto emocional desta escolha.
O novo disco, ainda sem título nem data de lançamento anunciados, será o primeiro desde «Requiem», lançado em Fevereiro de 2022 e produzido em parceria entre a banda e Chris Collier. Esse álbum, que marcou o regresso dos KORN ao topo das tabelas de vendas norte-americanas — número 1 na Billboard Hard Rock Albums e número 2 nas listas Top Rock e Top Alternative Albums — vendeu 23 mil unidades na semana de lançamento, das quais 20 mil foram vendas puras.
Apesar de afastado dos palcos desde 2021, Reginald “Fieldy” Arvizu participou nas gravações do álbum, embora tenha sido substituído ao vivo por Roberto “Ra” Díaz, ex-SUICIDAL TENDENCIES, durante todas as digressões mais recentes. Esta fase actual de estúdio surge depois de um ano de grande atividade ao vivo para os KORN, que celebraram os 30 anos do seu álbum de estreia homónimo com um espectáculo especial no BMO Stadium, em Los Angeles, a 5 de Outubro do ano passado.
Esse concerto, memorável para os fãs, contou com convidados como EVANESCENCE, GOJIRA, DARON MALAKIAN AND SCARS ON BROADWAY, SPIRITBOX e os Vended. Pouco antes, a banda percorreu a América do Norte numa digressão com 25 datas ao lado dos GOJIRA e SPIRITBOX, terminando a 27 de Outubro em St. Paul, Minnesota. No próximo fim de semana, os KORN encabeçam o EVILLIVƎ FESTIVAL, que se realiza do Estádio do Restelo, em Lisboa.
Com mais de 40 milhões de álbuns vendidos em todo o mundo, dois prémios Grammy e uma herança que atravessa gerações, os KORN continuam a ser um nome incontornável no universo do metal, rock e alternativa. O seu impacto mantém-se evidente não apenas no número de discos vendidos ou prémios conquistados, mas na forma como influenciam novos artistas e continuam a encher arenas ao redor do globo. O regresso a um processo criativo mais exigente e autêntico parece ser, para a banda de Jonathan Davis, Munky, Brian “Head” Welch e Ray Luzier uma forma de honrar essa história e, ao mesmo tempo, reinventar-se para o futuro.

