KING DIAMOND esclareceu mais uma vez que o actual regresso aos palcos dos MERCYFUL FATE não pode (nem deve) ser visto como uma “reunião” do influente grupo dinamarquês do heavy metal. Quando foi anunciado em 2019 que a banda ia retomar a sua actividade para um número não especificado de concertos em toda a Europa durante o Verão no ano seguinte, foi revelado que a formação do grupo consistiria de King na voz, Hank Shermann e Mike Wead nas guitarras, Bjarne T. Holm na bateria e Joey Vera (dos ARMORED SAINT e FATES WARNING) no baixo. No passado dia 21 de Agosto, o cantor de 66 anos discutiu o regresso do grupo imediatamente após uma actuação no festival Psycho Las Vegas, nos Estados Unidos. “Isto não é uma reunião; estamos basicamente a partir do ponto em que ficámos em 99“, disse King Diamond a Daniel Dekay, do Knotfest. “É a mesma formação, e claro que queríamos ter o Timi Hansen de volta ao baixo, mas ele ficou doente. Nós tentámos, e ele melhorou, mas depois piorou. Na verdade, começámos a procurar um substituto para o Timi no caso de ele não conseguir fazer os espectáculos completos… E encontrámos o Joey Vera.” Como é do conhecimento geral, Timi Hansen acabaria mesmo por falecer ainda em 2019.
Durante a conversa, o cantor também falou dos seus planos de lançar música nova com os MERCYFUL FATE, incluindo a canção «The Jackl Of Salzburg», que têm tocado em todos os seus espectáculos recentes e que se espera que faça parte de um eventualmente novo registo de estúdio, que deverá ser lançado em 2023 via Metal Blade. Liricamente, a canção é inspirada numa das últimas grandes caças às bruxas, que decorreram em Salzburgo, na Áustria, no Séc. XVII. Durante um período de seis anos oram executadas 139 pessoas — incluindo 39 crianças (entre os 10 e os 14 anos de idade), 53 adolescentes e também vários jovens adultos (entre os 15 e os 21 anos). “Estamos a escrever para um disco de longa-duração“, confirmou King. “Estamos também a escrever um álbum de KING DIAMOND ao mesmo tempo. No entanto, com os MERCYFUL FATE, não podemos simplesmente começar com uma canção normal. Não sei porquê. É uma loucura. Eu e o Hank estamos a escrever da mesma forma que escrevemos nos velhos tempos. Eu vou escrever algumas das minhas próprias canções, mas desta vez começámos com Hank a escrever“.
No mês passado, o guitarrista Michael Denner, que fez parte da formação clássica dos MERCYFUL FATE, disse que se sente “desolado” por ter sido excluído deste mais recente regresso do grupo à actividade. “Sinto que esta já não é a minha banda“, começou por dizer o músico dinamarquês num entrevista que pode ser vista na íntegra aqui. “Já não faço parte dela, porque não me disseram nada; não me convidaram. Nem sequer tivemos uma discussão sobre isso, portanto é claro que demorei um tempo a digerir a situação. Foi muito doloroso, porque tenho saudades dos meus amigos dos anos 80 — tenho muitas saudades deles. Mas não necessariamente das pessoas que estão na banda hoje em dia“. O músico continuou, dizendo que deseja “o melhor” aos seus ex-companheiros. “Quanto melhor eles tocarem, mais discos poderemos vender e eu vou acabar por receber mais dinheiro também“, justificou Denner. “No entanto, é claro que me parte o coração. E também me custa ver e ouvir o que estão a fazer, porque andam a tocar o meu material de assinatura. A maioria das canções que tocam agora são coisas que fiz — são os meus solos, os meus temas, os meus arranjos, as minhas coisas. E é outro tipo que toca isso tudo. O Mike Wead é um grande guitarrista, e continua a ser um bom amigo; portanto, se há alguém que tem de fazer esse trabalho, fico contente que seja ele a fazê-lo, sinceramente“. Denner fez parte dos MERCYFUL FATE em várias ocasiões desde 1982, sendo a mais recente os concertos que deram em 2011.