“A verdade é que não tenho realmente vontade nenhuma de fazer algo diferente“, explica KERRY KING.
O muito aguardado projecto a solo de KERRY KING está a tornar-se visível aos poucos. Recentemente, o novo grupo liderado pelo ex-guitarrista dos SLAYER, apropriadamente homónimo, revelou o logótipo e aquele que vai ser o seu primeiro concerto, a decorrer no festival Welcome To Rockville 2024. Agora, em entrevista à Metal Hammer, o músico californiano revelou alguns detalhes do que os fãs podem esperar musicalmente e, surpresa das surpresas, não esperam ouvi-lo a tentar reinventar a roda.
Dúvidas restassem, KERRY KING afirma que a nova banda parte do ponto em que os SLAYER pararam, e adianta que muitos temas teriam provavelmente sido usados num hipotético sucessor de «Repentless» se o grupo não tivesse decidido separar-se. “Se eu quisesse tentar fazer algo diferente, acho que este seria o momento adequado para isso, mas não; a verdade é que não tenho realmente vontade nenhuma de fazer algo diferente“, começou por explicar ele.
“Se eu não tivesse feito parte dos Slayer, seria fã dos Slayer. Portanto, acho que o que estou a fazer é uma extensão dos Slayer, e acredito que muitas pessoas vão achar que este primeiro disco podia ter sido o nosso próximo lançamento. Acredito que talvez 80% deste material teria sido incluído e, por isso, acho que é uma continuação, um sucessor do «Repentless», sem dúvida.“
Mais adiante nessa conversa, KERRY KING revelou ainda que o produto final será bastante diversificado, o que também não será propriamente uma grande surpresa para ninguém que tenha seguido o percurso da banda que o tornou famoso. “Vai haver certamente algumas coisas rápidas”, revelou o músico. “Não é o mais rápido que fiz, é certo, mas eu já fiz coisas bem rápidas. No entanto, sim… Vai definitivamente haver velocidades hercúleas, mas também partes pesadas. Vai haver partes punk, e partes sombrias. Acredito que as pessoas vão encontrar neste álbum qualquer aspecto de qualquer tipo de tema que tenhamos feito com os Slayer ao longo da nossa história.“
Quanto aos membros da banda, KERRY KING continua a manter esse aspecto em segredo e, até agora, só sabemos com certeza duas coisas: Paul Bostaph, o ex-baterista dos SLAYER, está definitivamente na banda, e Gary Holt, o ex-guitarrista dos SLAYER, gostava realmente que parássemos de insinuar que ele faz também parte do grupo.
Em Julho do ano passado, KERRY KING disse à Metal Hammer que não ia “arrastar os pés durante muito mais tempo” quando se trata de voltar à estrada com a sua banda pós-SLAYER. Dois anos após revelar que tinha mais do que material suficiente para dois discos, o músico afirmou sobre a direcção dos novos temas: “Vocês conhecem-me, por isso já sabem como vai soar.
Toquei um dos novos temas para um amigo, e disse-lhe: ‘Se há alguma coisa que escrevi nos últimos anos que soa a SLAYER, é isto’. Ele respondeu: ‘Parece que podias ter tirado este tema de qualquer disco dos SLAYER’. Na verdade, fiz esse riff nos bastidores de um concerto espectáculo dos SLAYER. Estávamos a ir para o palco, peguei no telefone e gravei-o para não o esquecer“.
Enquanto KERRY KING se mostrou relutante em revelar o resto da formação da nova banda, confirmou o envolvimento do antigo baterista dos SLAYER, Paul Bostaph. “Começámos a ensaiar e a única pessoa que posso nomear é o Paul, porque o tirei dos SLAYER e trabalhamos muito bem juntos“, disse o músico de 58 anos. “Só começámos a ensaiar no final de Março, e essa foi a primeira vez que tocámos juntos numa sala desde o último espectáculo dos SLAYER“.
O guitarrista norte-americano disse ainda que espera que a sua nova banda comece por tocar em locais “muito mais pequenos” que aqueles em que os SLAYER andaram a tocar durante a tour de despedida. “Se dependesse de mim, teria ido para a estrada em 2020“, disse ele. “Mas essa coisa chamada pandemia fodeu toda a gente“. A lendária banda de thrash fez o seu espectáculo final em Novembro de 2019, no Forum, em Los Angeles.