Hoje, Sábado, dia 29 de Junho, KERRY KING vai encabeçar o primeiro dia da segunda edição do EVILLIVƎ FESTIVAL, que decorre na MEO Arena, em Lisboa.
KERRY KING, o guitarrista dos SLAYER, lançou o segundo capítulo de uma série de entrevistas em vídeo que servem para promover o seu álbum de estreia a solo, «From Hell I Rise», lançado recentemente pela Rising Phoenix Music. Questionado sobre os temas líricos abordados no disco, o músico californiano não se fez rogado e reiterou uma teoria que tem propagado a cada oportunidade ao longo das décadas.
“Bem, tal como sempre fiz no passado, vou criticar a religião, vou criticar a política, vou escrever canções com referências à guerra“, começou por explicar King. “E acho que não me afastei muito disso. Também arrisquei umas letras inspiradas em filmes de terror assustadores. Gosto de vê-las como mini-argumentos para que, se forem escritas correctamente, as possas visualizar. O objectivo é nem sequer precisas de ver um vídeo; consegues visualizar o que estou a descrever.“
Expandindo sobre o seu desprezo pela religião organizada, KERRY KING diz: “A religião não mudou nada. Acho que é a maior farsa entre a humanidade há séculos, não apenas há uns quantos… Quer dizer, eu já estou aqui há algumas décadas, mas isto existe desde os primórdios, essencialmente. É muito fácil brincar com o assunto. É muito fácil encontrar falhas. É muito fácil olhar para as notícias e encontrar padres que agem de forma inapropriada com mulheres e rapazes jovens. Não precisamos de ir longe para ver isso… E essas são as pessoas que vocês seguem.”
O “último” concerto dos SLAYER aconteceu a 30 de Novembro de 2019, na cidade natal da banda, Los Angeles. No entanto, essa noite marcou um novo começo para KERRY KING, o icónico compositor e guitarrista do grupo. O cofundador dos californianos ainda não tinha terminado; pela frente ainda tinha muito mais música brutal, palcos para dominar, headbanging para fazer. O som e a visão de King estão bem patentes nos 13 temas contidos em «From Hell I Rise.
O primeiro registo em nome próprio em quatro décadas de luta por parte de KERRY KING no universo foi editado no passado 17 de Maio, e mantém inalterado o tipo particular de poder contundente, temas líricos incisivos e ataque auditivo que caracterizaram os álbuns mais recentes da sua banda raiz, que, de forma algo surpreendente, anunciou recente o regresso aos palcos.
“É a melhor sensação que já tive. Haverá alguns rostos esmurrados”, atirou King acerca da chegada de um dos álbuns mais esperados de 2024. “Acho que as pessoas vão compará-lo aos SLAYER. Não tenho medo disso porque acho que se compara a tudo o que fizemos na nossa história, musicalmente e em termos de prestação.” Juntando-se a KERRY KING, que vai passar por Portugal no Verão, nesta jornada está uma formação que começou a tomar forma com o baterista dos SLAYER, Paul Bostaph.
“O Paul é como o meu [Vinny] Appice para o Ronnie James Dio”, diz King. “Eu sabia que ele queria fazer parte disto desde 2018. O meu plano inicial era trazer também o Gary Holt, mas depois pensei que não devia ter mais peças dos SLAYER, portanto foi o caminho foi o do Phil Demmel.” Além do ex-guitarrista dos MACHINE HEAD, a formação da banda fica completa como baixista Kyle Sanders (dos HELLYEAH), e o tão comentado Mark Osegueda (dos DEATH ANGEL), na voz.
Currículo, como é óbvio, não lhes falta e, da entrada instrumental «Diablo» até ao tema-título, passando pela implacável «Where I Reign», King e companhia estão no controle total. Na verdade, KERRY KING está tão focado que acaba mesmo por entregar um disco mais forte e consistente do que os dois últimos dos SLAYER.
Se estiveres à procura de thrash puro, maníaco de sangue puro, então tens «Where I Reign», que inicia os procedimentos com uma garra implacável, após uma abertura sinistra, que “arde” lentamente, e pode arrancar carne dos ossos. Da mesma forma, «Crucifixation» e o tema -título final são uma insanidade vertiginosa que captura KERRY KING no seu melhor, encharcado de maldade e de todas as armadilhas sangrentas que traz para a mesa.
De forma algo surpreendente, este não é, no entanto, um disco de uma só nota, com incursões por um território mais punk, como em «Everything I Hate About You», que traz à mente os grandes nomes da cena DC do início dos anos 80, e outro mais lento, contando mais com músculos que com velocidade, tudo pontuado por solos avassaladores, capazes de destroçar tendões aos aspirantes a guitarristas mais ávidos. Há grandes surpresas? Não há, mas quem precisa disso quando tudo soa tão convincente?
Recorde-se que KERRY KING vai encabeçar o primeiro dia da segunda edição do EVILLIVƎ FESTIVAL, que regressa à MEO Arena, em Lisboa, a 29 e 30 de Junho. Como tínhamos antevisto, o mítico fundador e guitarrista das lendas do thrash regressa a Portugal com o seu novo projecto em nome próprio, descrito pelo próprio como “uma extensão dos Slayer”, que promete um concerto para mais tarde recordar.
KERRY KING e a sua super-banda encabeçam assim o alinhamento do primeiro dia da edição de 2024 do EVILLIVƎ FESTIVAL, 29 de Junho, que conta também com a participação já confirmada dos MACHINE HEAD, WOLFMOTHER, JILUKA e MEN EATER. Os AVENGED SEVENFOLD, MEGADETH, SUICIDAL TENDENCIES, ELECTRIC CALLBOY e W.A.K.O. sobem ao palco no segundo dia do evento, 30 de Julho, faltando de momento confirmar ainda dois nomes para que o cartaz esteja fechado.
Os bilhetes para a edição de 2024 do EVILLIVƎ FESTIVAL estão à venda nos locais habituais e também em www.evillive.rocks. Os ingressos diários custam 65€, o passe de 2 dias tem o preço de 115€.