A 22 de Março, mas em 1982, os IRON MAIDEN lançaram o incontornável «The Number Of The Beast». Aqui, celebramos 42 anos de existência de um dos mais icónicos disco de heavy metal de todos os tempos.
22 de Março. O ano é 1982. É editado o terceiro longa-duração dos IRON MAIDEN, o primeiro a contar com Bruce Dickinson. Novo vocalista, um crescimento demasiado rápido. Tudo se conjugava para algo correr mal e os IRON MAIDEN perderem terreno, como aconteceu com outras bandas e até a eles próprios uns anos mais tarde.
Raramente um novo vocalista conseguia vingar num grupo já estabelecido. Aliás, a regra ainda hoje se mantém – e, de repente, apenas David Coverdale nos DEEP PURPLE, Ronnie James Dio nos BLACK SABBATH e Dickinson nos IRON MAIDEN poderão ocorrer como casos de sucesso.
Contudo, os IRON MAIDEN, conduzidos com punho de aço pelo baixista Steve Harris, não ficaram só pela superação da sempre difícil escolha de novo vocalista. No clássico «The Number Of The Beast», os cinco músicos ingleses souberam também estabelecer uma imagética e um som que os identificaria para sempre; a eles e ao heavy metal.
E as versões? Elas existem, mesmo que o tema-título não seja fácil. Desde logo, existem inúmeras interpretações ao vivo, pelo próprio grupo, que ainda hoje prossegue a inserir o tema nos seus alinhamentos. Na altura em que se celebravam vinte anos, dois grupos tiveram a ideia de fazer as suas covers. Não necessariamente memoráveis.
Fosse a dos SINERGY, fosse a dos ICED EARTH, não aqueceram nem arrefeceram. Dez anos mais tarde, celebrando as três décadas do tema, seria a vez dos germânicos KREATOR usarem uma versão num lado B de um single, neste caso «Phantom Antichrist». Talvez uma das melhores interpretações tenha estado a cargo dos DREAM THEATER e ainda hoje se encontra disponível em bootlegs oficiais da própria banda.
O colectivo sempre foi conhecido pelas inúmeras versões de outros grupos; aliás, quando de «Awake» fizeram mesmo um concerto com versões, apresentado, parcialmente, no mítico Headbanger’s Ball e cujos temas seriam aproveitados para o EP «A Change Of Seasons». Já no princípio deste século, com várias datas duplas na mesma cidade, o grupo resolveu no segundo concerto para uma dada cidade, interpretar, como bónus, um álbum na íntegra.
É assim que existem versões integrais para «Master Of Puppets», dos METALLICA, «Dark Side Of The Moon», dos PINK FLOYD, «Made In Japan», dos DEEP PURPLE e… «The Number Of The Beast», pois claro. É provavelmente uma das versões mais conseguidas e fieis, que certamente agradará às tribos que vestem a camisola incondicional de ambos os grupos.
Agora, a versão realmente arrebatadora, feita de uma forma que mexe com o tabuleiro do jogo e altera as regras do mesmo, convertendo o tema numa canção de amor, assinada pelos ZWAN, mais tarde DJALI ZWAN. A banda teve um tempo de vida muito curto, lançando apenas um álbum e um par de singles. No entanto, conseguiu dar um volta ao original dos IRON MAIDEN que, provavelmente, ninguém poderia ter imaginado.
É exactamente no lado B de um desses singles que fica oculta a verdadeira jóia que é a versão do clássico e que, por ele, e apenas por ele, justifica a existência deste quinteto em que pontuava Billy Corgan, dos SMASHING PUMPKINS. A construção sonora do tema é toda uma lição em como fazer uma versão tão diferente como cativante. Um verdadeiro número da besta.