Paris recebeu mais uma data da digressão europeia da Legacy Of The Beast Tour, que “aterra” em Lisboa no próximo dia 31 de Julho, no Estádio Nacional. O La Défense Arena é um estádio coberto e com capacidade para 40 mil espectadores, e foi bem perto desse o número de pessoas que se deslocou à arena que fica situada na zona Oeste da capital francesa, junto ao distrito empresarial de La Défense. A acompanhar os IRON MAIDEN nesta data, estiveram os alemães LORD OF THE LOST e os australianos AIRBOURNE – sendo que estes últimos também vão estar em Lisboa. Infelizmente, não temos registo dessas actuações, já que o promotor francês não autorizou os fotógrafos a captarem imagens das bandas de suporte. Uma decisão estranha, já que os próprios músicos tinham dado luz verde para os fotógrafos estarem presentes.
Como já vem sendo habitual, as luzes do recinto apagaram-se assim que começaram os primeiros acordes do clássico «Doctor, Doctor», dos UFO, e percebeu-se rapidamente que o público ia estar quentinho a noite toda. De realçar que havia pessoas vindas de toda a parte nas primeiras filas, incluindo portugueses, brasileiros, espanhóis e noruegueses, entre muitas outras nacionalidades. Com o palco montado a fazer lembrar o Japão, ou não fosse esse o tema do mais recente disco, «Senjutsu», foi ao som desse tema-título que os IRON MAIDEN subiram ao palco, com a aparição do Eddie em versão Samurai, sob um jogo de luzes impressionante e um som absolutamente cristalino e definido, algo raro de ouvir em estádios. Seguiu-se «Stratego» e «The Writing On The Wall» para terminar a trilogia de temas do mais recente disco. Escusado será dizer que, para quem vai assistir aos concertos desta digressão, o alinhamento não mudará. Por isso, em Lisboa, esperem algo idêntico. «Revelations» deu início à sequência de temas com base na religião, seguindo-se «Blood Brothers» e o épico «The Sign Of The Cross», com Bruce Dickinson a carregar uma cruz iluminada e a correr de um lado para o outro com ela. Este continua a ser um dos muitos momentos altos do concerto, um daqueles temas que arrepia sempre que se ouve ao vivo. Em «The Flight Of Icarus», Bruce transforma-se num pirómano e passa o tempo a brincar (e a cantar) com o lança-chamas, até à queda final de Ícaro no fundo do palco.
É bom voltar a referir a qualidade do som durante todo o concerto. Há muito tempo que não ouvíamos um actuação numa arena grande com um som tão perfeito. O clássico «Fear Of The Dark» colocou os quase 40 mil fãs presentes a cantarem as suas melodias de princípio ao fim, com Bruce a aproveitar para encaixar umas palavras em francês. Por falar no vocalista, é impressionante como consegue correr de um lado para outro do palco sem que a voz falhe ou que nunca lhe falte o fôlego. De referir também que continua a mudar muitas vezes de roupa ao longo da actuação para estar enquadrado com os temas. O homem é um espectáculo dentro do espectáculo – em «Hallowed Be Thy Name», passa boa parte do tempo dentro da jaula à espera que chegue a sua hora. «The Number Of The Beast» é uma constante explosão de pirotecnia, e em «Iron Maiden» temos a aparição do Eddie demoníaco em tamaho gigante no fundo do palco.
Para o encore ficaram guardadas as canções «The Trooper», com nova aparição do Eddie em palco, «The Clansmen», outro épico que continua a soar maravilhosamente ao vivo, e depois «Run To The Hills». A terminar, «Aces High», com a aparição do Spitfire sobre o palco. Toda a banda esteve absolutamente on fire ao longo da actuação e continua a ser impressionante ouvir Nicko McBrain completamente certinho por trás da bateria a ditar o ritmo ao longo de duas horas. Mesmo para quem viu a digressão de 2018, diríamos que se torna obrigatório vê-los novamente. Uma coisa é certa: os IRON MAIDEN estão no topo da sua forma, e o espectáculo de palco que montaram é algo que merece a pena ser visto mais uma vez. Dia 31 de Julho, todos os caminhos vão dar ao Estádio Nacional, para o encerramento da Legacy Of The Beast Tour na Europa. Até lá!
Fotos: Jorge Botas