Com a revelação, no passado dia 11 de Fevereiro, dos artistas nomeados que podem ingressar (ou não) no Rock & Roll Hall Of Fame em 2021, os responsáveis pela cerimónia também divulgaram quais serão os músicos de cada banda a ser introduzidos caso vençam a votação do júri interno. Se, no que toca aos RAGE AGAINST THE MACHINE, a banda nunca sofreu alterações de formação ao longo dos anos, o caso dos IRON MAIDEN é diferente, visto que o grupo britânico teve várias formações diferentes ao longo dos anos. Pois bem, segundo o comunicado do Rock & Roll Hall Of Fame a apresentar as nomeações, os indicados incluem a actual iteração da banda — Bruce Dickinson, Steve Harris, Nicko McBrain, Adrian Smith, Dave Murray e Janick Gers — e também três dos seus ex-membros, Paul Di’Anno, Clive Burr e Dennis Stratton.
Ora bem, isto quer dizer que quase todos os membros oficiais e que participaram nas gravações dos álbuns de estúdio dos IRON MAIDEN serão induzidos caso a banda esteja entre os nomes mais votados pelo júri. A excepção mais notória é mesmo a do vocalista Blaze Bayley, que fez parte do grupo britânico entre 1994 e 1999, tendo gravado os álbuns «The X Factor» e «Virtual XI», de 1995 e 1998, respectivamente. Quem também parece ter caído no esquecimento foi o baterista Doug Sampson, mas a sua ausência é ligeiramente mais compreensível, uma vez que o músico participou apenas na gravação do EP «The Soundhouse Tapes», de 1979.
Agora, o vocalista, falou sobre o tema durante entrevista ao canal brasileiro Heavy Culture, que foi para o ar ontem, terça-feira, 9 de Março. Apesar da exclusão, o músico inglês não se mostrou minimamente magoado, esclarecendo que “isto não é uma decisão da banda. Não tem nada a ver com os IRON MAIDEN, e não tem nada a ver com a gestão dos IRON MAIDEN. Portanto essa decisão é das pessoas que comandam o Rock & Roll Hall Of Fame. O mais importante para mim é a amizade que mantenho com o pessoal dos IRON MAIDEN, o facto de continuarmos a ser amigos depois de tantos anos“. Durante a conversa, Blaze também disse que não se importa com sua presença ou ausência na cerimónia. “Sinceramente, não me importo se estou ou não estou no Rock & Roll Hall Of Fame. […] Tenho fãs maravilhosos no Brasil, em Portugal e em todo o mundo, e isso é o suficiente para mim. Os meus fãs apoiam-me e foram eles que tornam possível levar esta vida. Estou a viver o meu sonho por causa dos fãs e do apoio que me dão — não por causa do Rock & Roll Hall Of Fame“.
Até ao momento os IRON MAIDEN ainda não se manifestaram em relação a esta situação (ou sequer sobre a nomeação), mas o desdém de Bruce Dickinson em relação à instituição norte-americana é sobejamente conhecida. Em 2018, numa entrevista ao Jerusalem Post, o vocalista mostrou-se visivelmente aborrecido com o facto de muitas bandas clássicas do rock e do heavy metal, talvez não por coincidência quase todas britânicas, ainda não integrarem o Rock & Roll Hall Of Fame. Além disso, o músico foi ainda mais longe, ao dizer que recusaria a sua nomeação caso ela alguma vez acontecesse. “Na verdade, estou muito feliz de não estar lá e não tenho qualquer ambição de lá estar. Se fomos induzidos, vou recusar — eles não me terão lá. O rock and roll não pertence a um mausoléu em Cleveland. É uma coisa viva, que respira. Se o colocarem num museu, estará morto. É muito pior que horrível: é vulgar“, afirmou Dickinson.