No calendário dos mortos, o grindcore volta a fazer-se vivo — entre o Porto e Ovar, passando por Vigo e Foz Côa, os HOLOCAUSTO CANIBAL e BASEMENT TORTURE KILLINGS prometem quatro noites de pura devastação sonora.
Em 2025, o calendário dos mortos ganha novo fôlego em 2025 com a digressão Plush Dismemberments Over Iberia, que junta duas forças incontornáveis (e demolidoras) do underground europeu: os “nossos” HOLOCAUSTO CANIBAL e os ingleses BASEMENT TORTURE KILLINGS. Durante quatro dias consecutivos — entre os dias 30 de Outubro e 2 de Novembro — o eixo Porto–Vigo–Foz Côa–Ovar transforma-se num corredor de distorção e blastbeats, confirmando a vitalidade da música extrema contemporânea e o seu papel na renovação constante do underground.
Há muito firmados como sendo a mais proeminente referência do grind/death luso, os HOLOCAUSTO CANIBAL regressam à estrada com o humor corrosivo e a ferocidade que os caracteriza. O pretexto é o reencontro com os fãs e a celebração de quase três décadas de uma carreira pautada por controvérsia, coerência estética e inovação musical. Do lado britânico, os BASEMENT TORTURE KILLINGS trazem o seu peso de Birmingham — berço do heavy metal — e uma longa discografia que reafirma o equilíbrio entre técnica e violência sonora.
O arranque da rota está marcado para 30 de Outubro, no Maus Hábitos, no Porto. Antes do concerto, entre as 15:00 e as 17:00, os fãs mais dedicados terão a oportunidade de participar num meet & greet a ter lugar na Bunker Store, onde poderão conviver de perto com as duas bandas e adquirir merchandising limitado. A actuação no palco está agendada para as 22:00, prometendo uma noite de convívio, ruído e sangue simbólico — o modo ideal de abrir uma celebração que cruza gerações e geografias do grind.
No dia seguinte, 31 de Outubro, a tour cruza a fronteira e aterra em Vigo, no mítico Transylvania, espaço central da cena galega. Ali, os HOLOCAUSTO CANIBAL e os BASEMENT TORTURE KILLINGS dividirão o palco com os INFRAHUMANO, trio galego em ascensão que mistura grind e death metal com nuances locais, enriquecendo o cartaz e sublinhando o carácter transfronteiriço do evento.


O feriado de 1 de Novembro leva as duas bandas até Foz Côa, para uma presença de destaque no festival Patrimónios de Peso, evento que se tem consolidado como um polo essencial para o metal extremo no interior do país. O evento, que valoriza tanto a paisagem como a cultura local, é também um ponto de encontro de comunidades e gerações: ao lado dos HOLOCAUSTO CANIBAL e dos BASEMENT TORTURE KILLINGS, actuarão formações como IRAE e MORTE INCANDESCENTE, entre outros nomes da cena mais obscura e desafiante do black e death metal português.
A última paragem da digressão está agendada para 2 de Novembro, no Buraco, em Ovar, com os HOAX encarregues de abrir a noite. Esta noite de encerramento promete ser mais que um simples epílogo: será a reafirmação de uma cena underground que persiste, cresce e se reinventa longe dos holofotes, com a mesma intensidade visceral de sempre.


Formados no final dos anos 90, os HOLOCAUSTO CANIBAL, continuam a testar os limites da agressão sonora com discos como o mais recente «Crueza Ferina», de 2022, onde o grupo reafirmou toda a sua identidade crua e cirúrgica. O legado da banda nortenha é hoje um ponto de referência incontornável no panorama underground, resultado de uma persistência rara e de uma abordagem que combina o humor negro com a precisão instrumental.
Já os BASEMENT TORTURE KILLINGS, mantêm viva a tradição britânica do grindcore e do death metal técnico. O seu mais recente EP, «The Gallery Of Monsters, Part 1», de 2025, prova que a banda não só domina o caos, como o transforma em arte performativa. A teatralidade das suas actuações — muitas vezes com trajes e encenações inspiradas em temas de horror e psicopatia — acrescenta uma camada de provocação e intensidade visual que tem conquistado público e crítica em igual medida.
Os bilhetes para cada concerto estarão disponíveis sobretudo à porta das salas, enquanto o Patrimónios de Peso mantém o acesso gratuito. O meet & greet no Porto terá capacidade limitada — um detalhe que só reforça o caráter íntimo e especial deste encontro entre fãs e músicos.
















