O gigantesco HELLFEST, um dos maiores festivais de metal do mundo, comunicou oficialmente ontem que sua 15.ª edição foi adiada para 2021, realizando-se nos dias 18, 19 e 20 de Junho. O cartaz deste ano contava com nomes como OPETH, JUDAS PRIEST, LACUNA COIL, DEEP PURPLE, FAITH NO MORE, SEPULTURA, MAYHEM e WATAIN, entre muitos, muitos outros, sendo que a organização vai, muito provavelmente, tentar garantir a presença da maioria desses nomes em 2021. Pois bem, dado o estado actual das coisas, o adiamento não surgiu propriamente de surpresa, mas o festival sofreu um enorme revés, uma vez que a companhia de seguros que deveria cobrir os custos referentes ao cancelamento, se recusou a pagar fosse o que fosse, o que — compreensivelmente — enfureceu a equipa de produção do festival. “É com pesar que tomamos a decisão de adiar a edição de 15.º aniversário do evento para os dias 18, 19 e 20 de Junho de 2021“, pode ler-se no comunicado divulgado através do site oficial do HELLFEST. “Sabendo dos riscos e ciente das suas responsabilidades, a Hellfest Productions Association, tomou o cuidado de comprar um seguro contra todos os riscos da Albingia, uma companhia empresa francesa localizada em Levallois Perret, pela modesta quantia de 175,000 euros. Essa era a quantia correspondente ao contracto premium, que deveria cobrir todos potenciais riscos que levariam a um cancelamento.
O contrato estipulava claramente que as perdas financeiras devido a possíveis pandemias seriam cobertas desde que tivesse sido assinado antes do surto e o reconhecimento da pandemia pelas autoridades francesas ou pela Organização Mundial de Saúde. O nosso contracto foi celebrado a 17 de Dezembro de 2019, antes do vírus aparecer na China. No entanto, aqui estamos e, para aqueles que ainda duvidavam, a nossa companhia de seguros está a mostrar que é mais fácil pagar seguros premium do que obter compensação pelos danos que deviam estar cobertos. Portanto, fomos recusados pela Albingia porque esse “tipo” de pandemia não se enquadrava na nossa apólice de seguro. Como é óbvio, contestamos essa interpretação. Para a Albingia, a solidariedade é para os outros, correndo o risco de colocar os seus segurados em dificuldades financeiras. O raciocínio deles é simples: Cobrar por um seguro de cancelamento? SIM!. Compensar-nos? NUNCA! A ideia?! Fazer um jogo de palavras e interpretações, para depois irmos para tribunal num processo que dura vários anos. Enquanto isso, a empresa manterá o dinheiro que deveríamos poder receber. Esta é a razão pela qual queremos colocar um holofote em todas essas práticas vergonhosas, especialmente em momentos como esse. Solidariedade e cumprimento de compromissos deveriam ser as principais preocupações de uma companhia e seguros. Em suma, enquanto aguardamos um longo processo, há apenas duas palavras nos vêm à cabeça para descrever esta situação: FODAM-SE!“