HANABIE

HANABIE. + ALBERT FISH @ LAV – Lisboa ao Vivo, Lisboa | 25.06.2024 [reportagem]

Oriundas de Tóquio, no Japão, as HANABIE. subiram ao palco do LAV – Lisboa Ao Vivo e trouxeram pela primeira vez a Portugal um espectáculo de alta energia, que ameaçou “derreter” os muitos presentes na sala.

Surgido do coração de Tóquio, o mais recente fenómeno do metal japonês passou os últimos anos a pegar fogo ao mundo com o seu som electrizante, apoiado em actuações ao vivo incrivelmente cativantes. Com uma jornada extraordinária e repleta de triunfos, as jovens HANABIE. parecem ter como principal objectivo gravar o seu nome nos anais da música moderna mais pesada e, este ano, têm andado a dar continuidade ao seu plano de conquista mundial com mais uma extensa tour europeia que, ontem, 25 de Junho, fez uma paragem no LAV – Lisboa Ao Vivo.

Com apenas uma banda de abertura, os punk rockers nacionais ALBERT FISH, bem comandos pela endiabrada Inês Menezes, que passou parte desta actuação enérgica junto à barreira de segurança a cantar com o público, os presentes na sala lisboeta estavam já em ponto de rebuçado quando as HANABIE. subiram pela primeira vez ao palco em Portugal. A excitação estava já no auge. Telefones e mãos no ar, tudo pronto para receber estas estrelas em ascensão que, mesmo com um currículo de respeito, pareceram surpreendidas com a adoração das filas da frente.

A baterista Chika, a baixista Hettsu, a vocalista Yukina e a guitarrista Matsuri fazem as suas vénias, e entram imediatamente em acção com o poderoso single «Bukkowasu!!», que encheu a sala com a sua abordagem muito sui generis à música pesada contemporânea. Seguiram-se «NEET Game», «Be The Gal», «We Love Sweets» e «ghost mania» com as suas linhas vocais gritadas e refrões orelhudos a cruzarem-se de uma forma muito convincente e a mostrarem que as estruturas musicais do quarteto são tão imprevisíveis como implacavelmente divertidas.

Em vez de movimentos coreografados ao mais ínfimo pormenor, o que as HANABIE. serviram em Lisboa foi uma proposta imprevisível e anárquica, pontuada por momentos de brilho sincopado, de que é um óptimo exemplo o refrão brutal da «GIRL’S TALK». A exalar uma personalidade igualmente incontida (a partir do terceiro tema bem se esforçaram na comunicação em inglês, e também em português, dando para perceber que falaram em pastéis de nata e futebol), é precisamente essa atitude desgarrada que sustenta toda a sua abordagem ao vivo.

Ajuda, claro, que o “harajuku-core” de temas como «L.C.G» e «Pardon Me» seja tão contagiante como a alegria que a banda traz a palco, não deixando ninguém indiferente. Como parte do encore, houve ainda tempo para ouvir «Otaku», que colocou um ponto final explosivo numa actuação que, com as quatro jovens japonesas a afirmam-se como inteligentes, muitíssimo seguras de si, orgulhosamente independentes e, acima de tudo, apostadas em divertir-se, e em divertir a sua crescente base de seguidores, fez o gáudio dos fãs e conseguiu surpreender quem não as conhecia.