Com três bandas no cartaz, os procedimentos no LAV – Lisboa Ao Vivo começaram bem cedo e, às 20:00, já os CRYPTODIRA estavam em palco. A banda de Long Island, nos Estados Unidos, aproveitou e bem os trinta minutos disponíveis para mostrar todo o seu potencial que, em certos momentos, nos trouxe à memória um pouco do que os saudosos The Dillinger Escape Plan tinham para oferecer. Depois uma curta mudança de palco, assistimos então a um dos pontods altos da noite, com o muito aguardado regresso a Portugal dos muito saudados BETWEEN THE BURIED AND ME. À priori já se sabia que o guitarrista Dustie Waring iria estar ausente da digressão, mas o músico deixou as suas partes todas gravadas, algo que causou alguma celeuma no seio dos puristas. No entanto, a verdade é que, em palco, a entrega da banda compensou e de que maneira essa ausência. Os BTBAM optaram por interligar todos os temas da actuação, fazendo parecer – para o bem e para o mal – que tocaram uma longa canção de 75 minutos. Dos primeiros acordes de «Extremophile Elite» até aos últimos de «Voice Of Trespass», Tommy Giles Rogers revelou-se um excelente frontman, ora atrás dos teclados ora bem na frente do palco, com uma energia quase inesgotável. Actuação perfeita, sem falhas, mas se calhar não do agrado de todos.
ALINHAMENTO CRYPTODIRA: Dante’s Inspiration | In Hell as on Earth | The Blame of Being Alive | Hyperwealth | Something Other Than Sacrifice
ALINHAMENTO BETWEEN THE BURIED AND ME: Extremophile Elite | Revolution in Limbo | Fix The Error | Never Seen/Future Shock | Dim Ignition | Famine Wolf | Bad Habits | The Future is Behind Us | Voice of Trespass
Cabeças-de-cartaz, os britânicos HAKEN traziam na bagagem os mais recente «Fauna», e o backdrop de floresta tropical condizia com as camisas usadas por todos os elementos da banda. A actuação começou com dois temas do disco anterior, «Virus»; ouvimos «Prosthetic» logo a abrir, seguido por «Invasion». Ao terceiro tema, chegou a altura de mostrarem um dos primeiros singles do mais recente trabalho, «The Alphabet Of Me», e quem é fã já sabia bem a letra. Tal como os BTBAM, a banda britânica tocou sem falhas e, apesar de ambas terem um alinhamento mais curto (75 minutos), no caso dos britânicos as melodias, tanto instrumentais como vocais, talvez se tenham revelado mais fáceis de digerir em oposição às do colectivo norte-americano, que podem ser demasiado técnicas para alguns. À semelhança de Rogers,
Ross Jennings também mostrou saber como liderar uma banda, mas deixou mais espaço para os restantes músicos brilharem, principalmente nas passagens instrumentais mais longas. «Taurus» foi mais um dos belos temas do último trabalho de estúdio que se ouviram, seguida de «The Endless Knot»,do álbum «Affinity». Depois de «Lovebite», apresentado como o mais próximo de uma canção de amor que os HAKEN já escreveram, houve ainda espaço para «Caroussel» e para as cinco partes do épico «Messiah Complex»,de «Virus», que encerrou uma noite que serviu para os fãs de metal progressivo, que compuseram muito bem a sala lisboeta, tirarem a barriga de misérias. Hoje, a dose repete-se no Hard Club, no Porto.
ALINHAMENTO HAKEN: Prosthetic | Invasion | The Alphabet of Me | Falling Back To Earth | Taurus | The Endless Knot | Lovebite | Caroussel | Messiah Complex