Os GOJIRA foram a primeira banda de metal a actuar numa cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos — Mario Duplantier diz que a experiência foi “um grande passo para a comunidade metal.”
Os GOJIRA tocaram na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 e, claro, agitaram todo o universo da música mais pesada. Tanto musical como visualmente, a prestação da banda francesa foi completamente insana (sim, houve uma Maria Antonieta decapitada e canhões de “sangue”), sobretudo tendo em conta que foi transmitida para milhões e milhões de pessoas.
Resultado, os músicos não se vergaram ao status quo e mantiveram-se fiéis aos seus ideais, pelo que não será descabido dizer que este foi, inegavelmente, um dos maiores momentos de que há memória recente na história do metal e, sem dúvida, o maior da carreira dos GOJIRA. Ora bem, Mario Duplantier, baterista do quarteto, expressou esse sentimento da melhor forma numa publicação feita na sua conta pessoal do Instagram, referindo esse inusitado momento foi “um grande passo” para a comunidade metaleira.
“Que tremenda honra termos estado envolvidos nesta cerimónia ambiciosa e épica em Paris“, escreveu o músico no post que podes ver em baixo. “Tenho de admitir que fazer headbanging frente a mil milhões de pessoas, enquanto tocava com toda a força que conseguia, num cenário revolucionário feito de fogo e de sangue, acabou por ser uma experiência extremamente gratificante! Foi também um grande passo para a comunidade metal.“
Apesar de serem franceses, há uma ligação muito forte dos GOJIRA a Portugal e, sempre que tocam por cá, os músicos são recebidos como heróis. “Eu adoro Portugal!!!”, disse-nos um Joe Duplantier muito entusiasmado quando a banda lançou «Fortitude», o seu mais recente álbum de originais. “Portugal é como uma segunda casa para mim… Ou melhor, é como uma terceira casa, porque a minha mulher é da Lituânia e, por esta altura, já nem sei bem quantas casas espirituais tenho.”
“A família do lado da minha mãe é toda dos Açores”, continuou a explicar o timoneiro dos GOJIRA. “Pode dizer-se que metade do meu ADN é português. A minha avó mudou-se para Évora depois do meu avô ter falecido – eles tinham emigrado para os Estados Unidos quando eram novos e a minha mãe e os meus tios nasceram lá, por isso tenho dupla nacionalidade, francesa e norte-americana.
No entanto, quando éramos crianças, eu e o meu irmão íamos sempre de França para Portugal pelo menos duas vezes por ano. Passava todos os Verões em Portugal quando era mais novo, e tenho muita pena de nunca ter aprendido português, porque agora falo com indígenas da Amazónia e todos falam português. Eu, para ser muito sincero, só consigo dizer ‘Olá!’… De resto, não consigo juntar duas palavras de português”, concluiu o Duplantier mais velho entre risos.