Nesta altura não há muitas bandas que criem tantas expectativas ao vivo como os GHOST e a 3Arena, em Dublin, foi palco da estreia em nome próprio dos suecos na Irlanda, depois do sucesso que foi a sua passagem por Slane Castle, na primeira parte dos METALLICA, durante o Verão. Se há alguma coisa de que os irlandeses gostam, além de uma boa pint, é de um bom concerto e a enorme arena, apesar de não estar esgotada, estava cheia o suficiente para justificar a passagem da banda pela maior sala da ilha esmeralda. Desde cedo começou o aglomerar de pessoas à porta, que iam cantando temas dos GHOST para aquecerem. Às 18:30 em ponto, os TRIBULATION entraram em cena e, apesar do problema inicial no som da guitarra de Jonathan Hulten, a banda seguiu caminho para uma excelente actuação. Desde as primeiras notas de «Nightbound», passando por «The Lament», «Cries From The Underworld» e terminando com «Strange Gateways Beckon», os músicos provaram que merecem lugar nesta digressão. Seguiram-se os ALL THEM WITCHES e, neste caso, não percebe bem o porquê de estarem nesta tour, a não ser pelo facto de terem a capacidade de acalmar o público que, por arrasto, fica bem mais ansioso para ver a banda principal. Sem desprimor para o grupo de Nashville, mas a indiferença do público e o som praticado pelos norte-americanos não pareceu encaixar bem nesta noite.
Às 21:00 em ponto, os GHOST deram início a um espectáculo daqueles para ficar na memória durante muito tempo. Com o palco ainda coberto, foi ao som de «Ashes» que caiu o pano e a banda começou a tocar as primeiras notas de «Rats». Tendo em conta a gritaria que se ouviu do público, percebe-se que os GHOST estão a tornar-se uma banda mainstream — e, verdade seja dira, não há nada de errado nisso. Em «Absolution» tivemos a primeira amostra de pirotecnia e, já depois de «Devil Church», os guitarristas homenagearam os THIN LIZZY com uma pequena amostra de «The Boys Are Back In Town». Durante a actuação, o Cardinal Copia vai mudando de roupa — começa de vermelho, depois há um fato branco e um fato preto. Já a entrar na recta final do espectáculo, Copia avisa que vão tocar uma música muito pesada, daquelas que faz abanar bastante o traseiro. O tema é, claro, «Mummy Dust» e tem direito a muitos confettis disparados para o meio de público. A festa, literalmente, seguiu com «Kiss The Go-Goat» e «Dance Macabre», com luzes bem ao estilo disco dos anos 70. A terminar, a inevitável «Square Hammer», que levou o público a delírio passadas quase duas horas.