Apesar do adiantado da hora, os italianos FLESHGOD APOCALYPSE encerram o primeiro dia de MILAGRE METALEIRO OPEN AIR com uma classe considerável.
Com apenas dois lançamentos, «Oracles» e o EP «Mafia», de 2009 e 2010, respectivamente, os italianos FLESHGOD APOCALYPSE tornaram-se rapidamente uma das bandas mais faladas na cena underground. A sua mistura única de death metal técnico com elementos sinfónicos cativou rapidamente fãs e críticos, sendo que, durante a última década e picos, a banda não mais parou de crescer, apoiada em digressões constante e por uma sequência de álbuns, «Agony» (de 2011), «Labyrinth» (de 2013), «King» (de 2016) e «Veleno» (de 2019), que intensificaram a tendência do colectivo para combinar as tendências épicas dos compositores clássicos com um death metal brutal e selvagem.
Ainda assim, estes últimos anos não têm sido propriamente meigos para os FLESHGOD APOCALYPSE. O guitarrista/vocalista Cristiano Trionfera e o vocalista/guitarrista Tommaso Riccardi deixaram o grupo em 2017 por motivos pessoais. Francesco Paoli passou de baterista a vocalista/guitarrista. Depois, em 2020, o baterista David Folchitto decidiu afastar-se para fazer uma pausa das digressões e, no início deste ano, o baixista, vocalista e membro fundador Paolo Rossi seguiu o mesmo caminho.
Como se isso não bastasse, pelo meio, Francesco Paoli, vocalista, baterista e timoneiro dos FLESHGOD APOLAYPSE sofreu uma grave queda quando praticava escalada nas montanhas Gran Sasso, localizadas na região de Abruzzo, que o levou a ser hospitalizado com diversas fracturas. Mais que a instabilidade da formação da banda, foi este contacto próximo de inspirou a composição do épico «Opera», que chegou aos escaparates e às plataformas de streaming ontem, sexta-feira, 23 de Agosto, exactamente o mesmo dia em que a banda italiana subiu ao palco do MILAGRE METALEIRO OPEN AIR.
Depois da actuação dos SODOM, parecia ter havido uma debandada geral, e o concerto dos METALIUM contou efectivamente com uma plateia bastante mais “despida”, mas a verdade é que o recinto voltou a encher para reeber os italianos FLESHGOD APOCALYPSE. A banda de Francesco Paoli actuou no dia em que o seu excelente novo disco, intitulado «Opera», foi editado e beneficiaram possivelmente do melhor som e luz do primeiro dia (e noite) do festival.
Do novíssimo álbum, a banda retirou apenas o primeiro single de avanço, «Pendulum» e, de resto, serviu uma bela viagem pelo seu épico fundo de catálogo. Uma poderosa «Healing Through War», de «King», deu início à actuação, logo seguida por «Sugar». Francesco Paoli, que agora assume também a posição de baixista, além de vocalista, pois claro, surgiu muito bem coadjuvado por Francesco Ferrini nas teclas e por Veronica Bordacchini, que brilhou com a sua voz operática e forte presença em palco, e ainda Fabio Bartoletti, na guitarra. A fechar o concerto, e também a primeira noite de concertos desta edição de 2024 de MILAGRE METALEIRO OPEN AIR, ouviu-se a brutal «The Violation».
