LACUNACOIL

Com Dino Cazares ao leme, os FEAR FACTORY abrem um novo capítulo com Milo Silvestro na voz e Pete Webber na bateria.

Os FEAR FACTORY estão oficialmente de volta ao estúdio para gravarem o tão aguardado novo álbum — o primeiro em quatro anos e, mais significativamente, o primeiro sem a voz icónica de Burton C. Bell. A formação actual é liderada pelo guitarrista, e membro fundador, Dino Cazares e inclui Milo Silvestro na voz, Tony Campos no baixo e Pete Webber na bateria.

Através de um tweet (se é que aina lhe podemos chamar assim), a banda revelou este Domingo, dia 20 de Abril, que começou as gravações com a captação das linhas de bateria. As fotografias de Webber em estúdio vieram acompanhadas de uma breve descrição técnica, com Cazares a adiantar: “Começámos a gravar baterias ontem para o novo FF. A maioria das faixas está a ser composta com guitarra de 8 cordas afinada em 8E 7A 6D 5G 4C 3F 2A 1D.”

Esta nova fase marca uma viragem histórica para os FEAR FACTORY, não só pela ausência de Burton C. Bell, vocalista original que fez parte da banda desde a fundação em 1989 até à sua saída em 2020, mas também pela consolidação da química entre os actuais membros, como destacou Dino Cazares numa entrevista à Primordial Radio:

“Neste momento está tudo a correr bem. Tem sido óptimo. Toda a gente está focada”, começou por explicar o timoneiro dos FEAR FACTORY. “O Pete Webber está na bateria. Ele é brutal. Veio de uma banda de thrash chamada HAVOK. Chamamos-lhe Pete The Feet. O Milo Silvestro — o novo miúdo do pedaço — veio directamente de Roma, Itália. Soa como um Burton jovem. Como o Burton soava antigamente. É incrível. Provavelmente é o mais talentoso musicalmente de todos nós. E o Tony Campos, o meu velho amigo, está connosco desde 2015. Vem dos STATIC-X. Já somos amigos há mais de 30 anos. É sempre bom tocar com ele, e fico feliz por tê-lo na banda.”

A entrada oficial de Milo Silvestro nos FEAR FACTORY foi anunciada em Fevereiro de 2023, após um longo período de especulação e expectativa por parte dos fãs. Ainda no ano passado, a banda percorreu os Estados Unidos com a digressão Rise Of The Machine, em apoio aos STATIC-X, naquela que foi a tour de estreia com Silvestro e Webber como membros efectivos. Este último entrou em cena após a saída temporária de Mike Heller devido a “conflcitos de agenda”, assumindo em definitivo o lugar na bateria. Foi, de resto, quem os acompanhou na digressão europeia que passou por Lisboa.

Apesar das dúvidas que acompanharam a entrada de Milo Silvestro, principalmente em relação à sua capacidade de escrever letras à altura do legado da banda, Cazares tem-se mostrado confiante: “Ele tem outros projectos em que trabalha, e as letras são muito boas. Não vamos ter problemas com isso. Esse era um dos maiores receios — não era bem uma reclamação, era mais aquele tipo de conversa da internet. Diziam: ‘Ok, ele canta bem ao vivo. Consegue fazer os temas todos. Mas como vai ser no estúdio? Como vai ser com as letras dos Fear Factory?’ Relaxem. Vai correr tudo bem. Não se preocupem.”

O novo disco sucede a «Aggression Continuum», editado em Junho de 2021, que marcou de vez o fim de mais uma era para a banda californiana. Gravado maioritariamente em 2017, esse álbum contou ainda com Burton C. Bell na voz e Mike Heller na bateria, mas foi lançado já numa altura em que a cisão entre os membros fundadores era irreversível. Agora, com a confiança renovada e o espírito de reinvenção em alta, os FEAR FACTORY voltam a lançar-se na missão de criar algo novo, sem perder o ADN que os tornou uma das bandas mais influentes do metal industrial.