A noite de ontem, que marcou a estreia dos FALLING IN REVERSE, HOLLYWOOD UNDEAD e SLEEP THEORY em Portugal, foi verdadeiramente explosiva.
Ontem, quinta-feira,dia 7 de Novembro, o Sagres Campo Pequeno, em Lisboa, foi palco de uma noite verdadeiramente épica, repleta de energia e pirotecnia, protagonizada por dois dos grandes nomes do rock/metal contemporâneo: HOLLYWOOD UNDEAD e FALLING IN REVERSE. Com recinto esgotado e uma plateia cheia de entusiasmo e a abarrotar de um público bastante conhecedor, as duas bandas ofereceram espectáculos intensos e memoráveis, ainda que bastante diferentes, e que vão certamente ficar gravados na memória dos fãs nacional.
Os concertos começaram cedo, mais concretamente às 18:30, com os SLEEP THEORY a subirem ao palco, directamente de Memphis, no Tennessee. Ainda sem qualquer álbum lançado, os músicos têm andado a lançar singles e estrearam-se com um EP, a banda liderada por Cullen Moore não se fez rogada e mostrou o seu rock potente. Apesar de um problema no microfone do vocalista, logo ao segundo tema, «Enough», a banda entregou à sua actuação de corpo e alma, com temas como «Gone Or Staying» e «Stuck In My Head» a agarrarem o público sem grande dificuldade.
Seguiram-se os HOLLYWOOD UNDEAD, que entraram em cena ao som do tema-título da banda-sonora do filme ‘The Good, The Bad And The Ugly’, que levou de imediato o público a cantar a melodia em uníssono. A partir daí, atacaram directamente «California Dreaming», e aqueceram logo o público. Seguiram-se as poderosas «CHAOS» e «Riot», que trataram de elevar ainda mais os ânimos com uma mistura de rap e metal que é marca registada da banda. Aqui, o único elemento que não canta é o baterista; os restantes, trocam os instrumentos entre si e assumem as vozes conforme a canção.
Está mais que visto que o entretenimento é palavra de ordem para estes norte-americanos e, em mais uma manobra que conquistou corações, levaram um fã, de seu nome Marco, ao palco, que os ajudou a cantarem um dos temas. Como é lógico, não faltaram clássicos como «Everywhere I Go», «Comin’ In Hot» e a provocante «Gangsta Sexy», com o grupo a manter a energia num nível bem elevado e a levarem a plateia a cantar cada palavra das letras.
A interacção com o público também foi intensa e, a dado momento, Charlie Scene cantou «Stand Up And Shout» e, com um enorme suporte de microfone, foi pedido a elementos do público para cantarem também. Em «Hear Me Now» puseram toda a gente sentada no chão para um salto em uníssono e, a contagiante (e curta) versão de «Sweet Caroline», de Neil Diamond, trouxe também um momento inesperado e divertido, sobretudo se tivermos em conta que este tema deve ter sido ouvido até à exaustão pelos bisavós da maioria do público presente. Para fechar com a proverbial chave de ouro, «Undead» levou o Sagres Campo Pequeno ao rubro.
Já com a sala a abarrotar, foi a vez dos FALLING IN REVERSE subirem ao palco, trazendo consigo uma produção cheia de efeitos visuais e um som bem forte. A banda liderada pelo carismático (e controverso) Ronnie Radke deu início à actuação ao som de «Highway To Hell»,dos roqueiros AC/DC, enquanto os ecrãs nos vão mostrando a banda nos bastidores e a caminho do palco. São «Prequel» e «Zombified» que dão o pontapé inicial num alinhamento que levou os fãs por uma montanha-russa de emoções.
A icónica «I’m Not a Vampire» provocou nostalgia nos fãs de longa data, enquanto «Fuck You And All Your Friends» e «Bad Guy» deram um tom mais rebelde e visceral ao espectáculo. O público, na mão dos FALLING IN REVERSE desde o primeiro instante, foi depois ao delírio com temas como «Losing My Mind» e «The Drug in Me Is You», sendo que um dos momentos mais únicos da noite aconteceu com «Game Over», tocada até ao primeiro refrão, e com a mais recente «Popular Monster», um dos grandes sucessos da banda, com os fãs a mostrarem-se, mais uma vez muito conhecedores.
O “cenário”, claro, ajudou – e muito! Em quase todos os temas, em certos momentos, a pirotecnia rivalizava em certos momentos com a usada pelos Rammstein, e aqueceu, e de que maneira, o Campo Pequeno. À medida que a noite avançou, Ronnie Radke demonstrou também toda a sua presença de palco, misturando intensidade com momentos de vulnerabilidade. Em «Just Like You», com uma camera a alternar imagens de Ronnie em palco com o público a cantar,o refrão bastou para dizer tudo: “I am aware that I am an asshole, I really don’t care about all of that though, I’m living my life the way that I want to, And you can’t deny that, honestly, I’m just like you”.
«All My Life» e «Voices in My Head» foram mais dois belos momentos numa actuação sempre a crescer, mas foi com «Ronald» e «Watch The World Burn» que a intensidade atingiu o pico, com o público em êxtase total e mais um espectáculo de pirotecnia. Mesmo para terminar, os FALLING IN REVERSE despediram-se do público com a clássica «We Are The Champions», a ecoar nas colunas e o público a cantar em uníssono. Foram 70 minutos absolutamente épicos, durante os quais Ronnie Radke foi sempre muito elogioso para com o público, afirmando que o concerto em Lisboa era um dos melhores da banda. Se Sebastian Bach tivesse marcado presença, não teria outra alternativa senão concordar.