Figura incontornável do death/thrash sueco, LARS LINDÉN lutava contra um cancro desde 2023 e, com apenas 54 anos, deixará legado como instrumentista, produtor e mentor criativo em múltiplos grupos.

Lars Lindén, baixista dos CARNAL FORGE, morreu no passado domingo, dia 4 de Maio. Tinha 54 anos e enfrentava desde 2023 uma batalha contra o cancro do cólon, que se agravou no início deste ano com o diagnóstico de metástases no fígado. Perante o anúncio do seu estado terminal, feito pelo próprio logo no início de 2025, os fãs mobilizaram-se numa campanha de financiamento colectivo que visava apoiar os tratamentos paliativos e proporcionar algum conforto nos últimos meses de vida.

A morte de Lindén representa uma perda sentida no seio da cena extrema sueca, onde era amplamente reconhecido tanto pelo seu talento como pela sua entrega a múltiplos papéis musicais, da composição à produção. Natural da Suécia, Lars Lindén integrou os CARNAL FORGE pela primeira vez em 2001, sendo que participou na gravação de álbuns marcantes como «The More You Suffer», de 2003, e «Aren’t You Dead Yet?», de 2004, antes de sair temporariamente em 2010.

Regressaria três anos depois, mantendo-se como elemento fixo do grupo até ao fim da sua vida. O último contributo com os CARNAL FORGE está imortalizado em «Gun To Mouth Salvation», de 2019, um álbum que marcou o regresso do grupo às edições após quase uma década de silêncio editorial. No entanto, o seu legado não se resume ao papel de baixista. Multifacetado e com fortes competências técnicas, Lindén deixou também registos como guitarrista e vocalista no projeto DELUSION, onde explorava sonoridades distintas num formato mais pessoal.

O primeiro single da banda, «At Least I’m Alive», será lançado postumamente. O título — que se traduz para “ao menos estou vivo” — ganha agora uma ressonância ainda mais comovente. Um vídeo-clip foi gravado nas últimas semanas da sua vida, como forma de garantir que a sua arte continuasse a ecoar mesmo depois da partida. Além dos CARNAL FORGE e dos DELUSION, o currículo de Lars Lindén inclui passagens por outros nomes relevantes da cena underground sueca como LEECH, Rosicrucian, Slapdash ou Polarized, bandas onde também exerceu papéis criativos variados.

No plano da produção musical, distinguiu-se também como engenheiro de som, produtor e misturador, colaborando com artistas consagrados como os At The Gates, Opera IX, Steel Attack, Cemetary, Terror 2000, Apostasy, Axenstar ou Madder Mortem, entre muitos, muitos outros. A sua sensibilidade técnica e o ouvido apurado fizeram dele um recurso procurado nos bastidores de várias gravações dentro e fora do seu país.