Os FAITH NO MORE lançaram o seu último álbum, «Sol Invictus», em 2015 e não actuam ao vivo desde 2016.
Os FAITH NO MORE estão, segundo explica o teclista Roddy Bottum, num “hiato semi-permanente”. Esta actualização surgiu inicialmente num boletim de Substack, onde Bottum, que faz parte da banda desde o ano de 1983, explica que, embora os FAITH NO MORE estejam parados de momento, ele continua activo nos projectos MAN ON MAN e IMPERIAL TEEN. A banda, pioneira no metal alternativo, lançou o último álbum, intitulado «Sol Invictus», em 2015 e não actua ao vivo desde 2016.
Recorde-se que, em Dezembro de 2021, os FAITH NO MORE anunciaram o cancelamento de toda a sua digressão europeia de 2022, onde se incluía uma actuação no NOS ALIVE. “Infelizmente devido aos nossos desafios actuais, não estamos prontos para fazer as próximas digressões na Austrália, Nova Zelândia e Reino Unido/Europa”, escreveram os músicos num comunicado divulgado através das redes sociais. “Não actuar a 100% ao fim de tanto tempo não é uma opção para nós. Pedimos desculpa a todos, portadores de bilhetes, e estamos para sempre gratos aos nossos fãs pelo vosso apoio e compreensão.”
Recorde-se que, em Setembro desse mesmo ano, os FAITH NO MORE e MR. BUNGLE cancelaram todos os seus concertos previamente anunciados no Outono de 2021, com Mike Patton, que canta nas duas bandas, a explicar que o cancelamento se devia “a razões de saúde mental”. “Tenho problemas que foram exacerbados pela pandemia e que estão a desafiar-me agora. Neste momento, não sinto que possa dar o que deveria e não vou dar nada menos do que 100 %”, escreveu o músico.
Mais de meio ano depois, o talentoso e versátil frontman dos FAITH NO MORE — e de uma série de outros projectos — falou com a Rolling Stone sobre o que se passou, quebrando assim um longo silêncio. O músico norte-americano explica que os problemas que tene não desapareceram totalmente, mas garante que está melhor. “É fácil dizer que a culpa foi da pandemia“, elaborou Patton.
“No entanto, para ser sincero, no início da pandemia pensei que ia ser uma maravilha, porque podia ficar em casa a gravar. Tenho o meu estúdio em casa, por isso não antevi qualquer problema. Depois alguma coisa mudou, e fiquei completamente isolado, quase antissocial e com medo de pessoas. Esse tipo de ansiedade, ou o que lhe quisermos chamar, levou a outros problemas, que prefiro não discutir. Tive ajuda profissional e já me sinto melhor. No final deste ano vou dar os meus primeiros concertos em dois anos; nunca estive tanto tempo sem actuar“.
Segundo o cantor, os problemas começaram a aparecer pouco tempo ainda antes dos FAITH NO MORE voltarem à estrada. “Foi aí que me passei, e não foi bonito“, recorda ele. “Uns dias antes, disse-lhes que achava que não ia conseguir fazer aquilo. Tinha perdido a confiança e não queria estar frente às pessoas, o que é estranho, porque é o que passei metade da vida a fazer. Foi difícil de explicar, mas tive de o fazer, senão podia ter acontecido alguma coisa muito má.
No lugar deles, teria ficado muito chateado, e eles ficaram. E provavelmente ainda estão. No entanto, temos de conhecer os nossos limites. Sei que, se tivesse continuado a insistir, o resultado podia ter sido desastroso. Decidi que tinha de tomar conta de mim.” Embora tenha recebido todo o apoio possível dos seus companheiros de banda na altura do anúncio, Patton confessa não saber o que o futuro reserva. “Não sei. Podemos reagendar as coisas; ou não. É tudo um pouco confuso e complicado. Portanto, se o fizermos, tudo bem. Se não o fizermos, tudo bem também“.