Corria o mês de Setembro de 2021, quando os FAITH NO MORE emitiram um comunicado a anunciar o cancelamento de todos os seus compromissos futuros, para que o vocalista Mike Patton cuidasse de sua saúde mental. Mais de meio ano depois, o talentoso e versátil frontman da banda californiana — e de uma série de outros projectos — falou com a Rolling Stone sobre o que se passou, quebrando assim um longo silêncio. O músico norte-americano explica que os problemas que tene não desapareceram totalmente, mas garante que está melhor. “É fácil dizer que a culpa foi da pandemia“, elabora Patton. “No entanto, para ser sincero, no início da pandemia pensei que ia ser uma maravilha, porque podia ficar em casa a gravar. Tenho o meu estúdio em casa, por isso não antevi qualquer problema. Depois alguma coisa mudou, e fiquei completamente isolado, quase antissocial e com medo de pessoas. Esse tipo de ansiedade, ou o que lhe quisermos chamar, levou a outros problemas, que prefiro não discutir. Tive ajuda profissional e já me sinto melhor. No final deste ano vou dar os meus primeiros concertos em dois anos; nunca estive tanto tempo sem actuar“.
Segundo o cantor, os problemas começaram a aparecer pouco tempo ainda antes dos FAITH NO MORE voltarem à estrada. “Foi aí que me passei, e não foi bonito“, recorda ele. “Uns dias antes, disse-lhes que achava que não ia conseguir fazer aquilo. Tinha perdido a confiança e não queria estar frente às pessoas, o que é estranho, porque é o que passei metade da vida a fazer. Foi difícil de explicar, mas tive de o fazer, senão podia ter acontecido alguma coisa muito má. No lugar deles, teria ficado muito chateado, e eles ficaram. E provavelmente ainda estão. No entanto, temos de conhecer os nossos limites. Sei que, se tivesse continuado a insistir, o resultado podia ter sido desastroso. Decidi que tinha de tomar conta de mim.” Embora tenha recebido todo o apoio possível dos seus companheiros de banda na altura do anúncio, Patton confessa não saber o que o futuro reserva. “Não sei. Podemos reagendar as coisas; ou não. É tudo um pouco confuso e complicado. Portanto, se o fizermos, tudo bem. Se não o fizermos, tudo bem também“. O que é certo neste momento é que o músico vai lançar um novo álbum com os DEAD CROSS em Outubro e, se tudo correr de feição, dar alguns concertos com os MR. BUNGLE antes do final do ano.