Como noticiado anteriormente, o álbum de estreia dos EXISTENCE:VOID vai ser disponibilizado numa edição conjunta da Gruesome Records e Nox Liberatio Records. A banda, que se inscreve no black metal e que agora se apresenta, é formada por Alex Mendes, voz, Diogo Ferraz, guitarras, Filipe Gomes, baixo, e João Dourado, bateria. Entre eles há a partilha de um passado em várias bandas conhecidas como DESTROYERS OF ALL, TERROR EMPIRE, GRIMLET ou ANTICHTHON. O projecto “foi criado em 2010, para explorar sonoridades diferentes daquelas praticadas nas bandas em que estávamos na altura”, revela Filipe Gomes. “A música sempre foi composta sem pressas, por isso foi um processo que demorou bastante tempo”, a isso há que adicionar “vidas pessoais e profissionais de cada um”, que levaram a uma demora na obtenção do trabalho final, do qual surge agora o primeiro som, através do tema «Sword Of The Overman», que pode ser ouvido em cima.
O disco intitula-se «Anatman», não apenas “o nome da banda em sânscrito”, significando também “não-ser, negação da essência”. De acordo com Alexandre Mendes, “é uma das três marcas da existência na doutrina budista, e, como tal, não é propriamente uma referência hindu, sendo que no hinduísmo se prega o exacto inverso (ātman)”. O vocalista prossegue a explicação, mencionando que “o termo cristaliza o niilismo que, ainda que dissimulado, serve de espinha dorsal ao budismo”. É assim que este “projecto de ocidentais, aborda este tema numa óptica filosófica inevitavelmente ocidental”, porém “como Schopenhauer, servimo-nos do conhecimento que o oriente nos possa oferecer”, afirma. O músico realça ainda que “Existence:Void não se concerne apenas com retratar o niilismo, mas, sobretudo, com a sua superação”.
Desde o início, com a apresentação da capa do disco, que a banda deu nas vistas. O grupo, segundo Alex Mendes, foi retirar a imagem a um “quadro de John Martin «The Great Day of His Wrath», 1851”. Segundo este, “a obra deste pintor ressoa com a nossa sonoridade, e pareceu-nos adequado envolvê-la no nosso lançamento”, em particular “este quadro em específico retrata um poder aterrador e divino, capaz de distorcer as próprias montanhas fundindo-as com nuvens e relâmpagos”. O quadro possui uma “imagética presente na nossa música «Paragons Of Fury», e uma paisagem reminiscente dos terrores do espaço sideral, que John Martin na sua genialidade conseguiu conjurar”. No fundo, “um caos de tudo, incompreensivelmente maravilhoso para o ser humano”. «Anatman» será editado em formato digipack, tendo sido gravado produzido, misturado e masterizado por João Dourado nos Golden Jack Studios, também em Coimbra. Ainda nada se sabe quanto à data de edição do disco, mas os mais curiosos podem acompanhar na página oficial da editora. Entretanto, as pré-vendas vão abrir já na próxima semana.