Os THE CHAPTER e ENCHANTYA protagonizaram uma noite que merecia mais público, mas que, a nível musical, foi mesmo muito satisfatória.

Uma noite de Sábado com aviso de encerramento ao trânsito da Ponte 25 de Abril depois da meia-noite, pode ter afastado alguns metaleiros a viajarem até ao Feijó para assistirem a este concerto. A verdade é que uma sala como o Hollywood Spot faz falta ao underground nacional, sobretudo para que as bandas que estão a começar a sua carreira possam sentir a sensação de pisar um palco. As condições não são perfeitas, mas não é, afinal, assim que se ganha “calo”?

Nesta ocasião, coube aos THE CHAPTER actuarem primeiro, ainda faltavam poucos minutos para as 22:00. A banda apresentou temas do seu mais recente disco, «Delusion Of Consciousness», e, apesar de alguns problemas de som numa das guitarras a meio da actuação, deram um concerto sólido e bastante competente. Temas como «Sentidos A Morrer» – o único cantado em português, porque, segundo o vocalista Tiago Oliveira,“é mais fácil escrever em inglês”. Ouviram-se também «Halocline» e, a terminar, «Delusion», outros dois bons momentos.

De seguida, subiram a palco os ENCHANTYA. Problemas de cabos e ligações, que impossibilitaram o uso de backing tracks, fizeram com que a banda de Rute Fevereiro tivesse de tocar sem esse apoio. E, em boa verdade, não se sentiu muito essa falta de witchery, porque a banda tem competência mais que necessária para executar o seu material; isto já para não dizer que contam com um teclista e um violinista em palco, o que ajudou muito a preencher esses espaços.

Ora bem, como a sala de encontra numa zona residencial, não é permitido fazer “barulho” depois da meia-noite e, como as queixas de ruído continuam a inviabilizar salas, não convém arriscar. Com menos tempo para a sua actuação, os ENCHANTYA tiveram de se apressar. O grande foco acabou recair no novo disco, «Cerberus», que foi editado pela editora finlandesa Inverse Records. «All Down In Flames» e «Lunar Fire» deram início aos espectáculo, com Rute Fevereiro a mostrar desde logo toda a sua versatilidade vocal, ora com voz operática, ora com growls ou voz limpa. Pelo meio, a filha de um dos músicos ainda subiu ao palco para fazer companhia a Rute.

Não foi a única convidada, no entanto, uma vez que Tiago Oliveira, dos THE CHAPTER, ainda se juntou à banda durante breves segundos para ajudar na «Sons Of Chaos». «From The Ashes», por seu lado, deveria ter encerrado a actuação, mas surgiu a indicação de que a banda podia tocar ainda mais um tema, e «The Beginning», que a banda tinha optado por saltar no alinhamento, acabou mesmo por ser tocado. Uma noite que merecia mais público, mas bastante satisfatória para os presentes.