EMPEROR

EMPEROR + WINTERFYLLETH @ 3Olympia, Dublin, Irlanda | 23.03.2024 [reportagem]

Uma noite absolutamente épica para fãs dos EMPEROR e do metal extremo em geral.

Hoje em dia, os EMPEROR actuam essencialmente em grandes festivais e não é propriamente comum ver a lendária banda norueguesa tocar numa sala fechada. No entanto, Glasgow e Dublin tiveram a honra de receber os pilares do black metal sinfónico neste formato e, convenhamos, valeu cada cêntimo pago pelo bilhete. Para o concerto a que assistimos, em Dublin, na Irlanda, quando os bilhetes foram colocados à venda, 70% da sala vendeu de imediato.

Pois bem, com estes concertos a servirem para celebrar o clássico «Anthems To The Welkin At Dusk» de 1997 – considerado por muitos um dos melhores trabalhos de sempre dentro do género – é claro que, chegados à data do espectáculo, a lotação estava totalmente esgotada.

A noite começou com os britânicos WINTERFYLLETH, que confirmaram já ter gravado um novo disco de estúdio e o som que praticam encaixou que nem uma luva na noite fria de Dublin. Foi com «Absolved With Fire» do mais recente disco de originais, «The Reckoning Dawn», logo seguido de uma viagem ao álbum de 2010 «The Mercian Sphere», com o tema «A Valley Thick With Oaks», que a banda oriunda de Manchester deu início à sua actuação.

O som estava bem definido e potente, com destaque para a bateria que soava poderosa. Seguiu-se nova passagem pelo mais recente LP com uma rendição do tema-título e, depois, dois temas novos: «To The Edge» e «Dishonour Enthroned». A terminar, ouviram-se ainda «Whisper Of The Elements» e «Green Cathedral».

Apresentada “à moda antiga” por um interlocutor – neste caso, o tour manager dos EMPEROR – a banda liderada por Ihsahn e Samoth, surgiu em palco acompanhada pelo baterista Trym Torson – que tocou nos álbums «Anthems To The Welkin At Dusk», «IX Equilibrium» e «Prometheus: The Discipline Of Fire & Demise» – e ainda por Jorgen Munkeby, dos noruegueses SHINING nos teclados e voz e por Tony Ingebrigtsen no baixo. «Into The Infinity Of Thoughts», do álbum «In The Nightside Eclipse», foi o mote para o arranque de uma noite histórica.

Tal como durante a actuação da banda de abertura, o som dos EMPEROR estava… imperial! Definido, poderoso e sem falhas. A acústica do teatro ajudou, claro, mas há que ter dedos para aproveitar todas as potencialidades desta sala bem no centro histórico de Dublin. «In The Wordless Chamber» foi um momento absolutamente épico, logo seguido pela primeira viagem a «Anthems To The Welkin At Dusk» com os temas «Thus Spake The Nightspirit», «Ensorcelled By Khaos», «The Loss And Curse Of Reverence», «The Acclamation Of Bonds» e «With Strength I Burn» – todos tocados de forma exímia e sem falhas.

O baixista Tony Ingebrigtsen esteve sempre muito activo com o seu headbanging e torna-se impossível não destacar também Munkeby, sempre muito activo por detrás do teclado. «Curse You All Men» foi a única passagem por «IX Equilibrium», «I Am The Black Wizards» marcou a única viagem ao EP de estreia «Emperor» e, claro, foi um daqueles temas que fez mexer o público.

Em alto e bom som, gritado pelo público, «Inno A Satana» ecoou pelas alas do teatro e com o concerto a chegar ao final, ainda houve tempo para «The Burning Shadows Of Silence» e «Ye Entrancemperium», o tal tema que conta com um riff de guitarra pelo qual Euronymous, dos MAYHEM, é creditado no disco de 1997. Resultado: foi uma noite absolutamente épica para os fãs dos EMPEROR e do metal extremo no geral, numa estreia irrepreensível da banda norueguesa na Irlanda.