A Recording Industry Association of America (RIAA) publicou finalmente as suas estatísticas relativas a 2022 e quem tem estado atento não vai achar os resultados surpreendentes. Para começar, o streaming continuou a crescer a um ritmo avassalador, o vinil continua a ser cada vez mais popular e os CDs e downloads digitais continuaram a cair. No que toca ao streaming, o crescimento foi de 7% em relação a 2021, atingindo um recorde de mais de 13 mil milhões de dólares de receita. Esse número cai para 10,2 mil milhões em serviços de assinatura, para 1,8 mil milhões em serviços on demand com suporte de publicidade, de que são exemplos o YouTube e a versão com anúncios do Spotify. Por seu lado, os downloads digitais caíram bastante em 2022 e facturaram menos 20% em relação a 2021, perfazendo um total de 495 milhões de dólares em receitas, que se dividem em 242 milhões em vendas de álbuns e 214 milhões em vendas de singles. Para colocar as coisas em perspectiva: em 2012, os downloads digitais representavam 43% das receitas de toda a música gravada nos Estados Unidos e, agora, representam 3%.
Os produtos físicos, esses, continuam a crescer paulatinamente e representaram 1,7 mil milhões de dólares, no que foi um aumento de 4% em relação a 2021. O vinil teve seu 16.º ano consecutivo de crescimento, 17% em relação a 2021, e rendeu 1,2 mil milhões de dólares, enquanto os CDs caíram 18%, para 483 milhões em 2022. O ano passado também marcou a primeira vez que os álbuns em vinil venderam mais que os CDs desde 1987, com o vinil a vender 41 milhões de unidades e os CDs a chegarem aos 33 milhões. A RIAA não menciona as vendas de cassetes, mas há uma pequena barra num dos gráficos rotulada como “outras”, por isso as cassetes devem andar por aí. Para teres uma ideia ainda mais detalhada do que se passa, podes consultar o relatório completo aqui e, de futuro, vai ser interessante perceber se os downloads digitais podem fazer algum tipo de retorno numa altura em que o Bandcamp continua a crescer a olhos vistos.