Em noite de derby em Alvalade e de Superbowl nos Estados Unidos, com direito a actuação de Rihanna ao intervalo, quem saiu vencedor foram os fãs que se deslocaram ao LAV – Lisboa Ao Vivo para assistirem à estreia dos ELECTRIC CALLBOY em Portugal. Revelando a pontualidade germânica, o trio FUTURE PALACE subiu ao palco já com uma plateia bem composta, e o público mostrou-se bastante activo logo ao início dos primeiros acordes de «Dead Inside», um dos temas de «Run», o mais recente álbum do grupo, incluídos no alinhamento. Apesar de não serem uma banda propriamente original na música que fazem, a verdade é que uma plateia mais participativa faz sempre com que tudo pareça melhor e, nesta ocasião, a intensidade da resposta ajudou bastante a banda em alguns temas. Dado o mote para a festa, seguiram-se os britânicos HOLDING ABSENCE que, apesar de terem estado em palco apenas 25 minutos, não se fizeram rogados na forma entusiasta como entregaram as suas canções – aliás, a energia que dominou a interpretação de temas como «Aching Longing», «Gravity» ou, a fechar o concerto, «Afterlife», revelou-se verdadeiramente contagiante.
No entanto, é claro que os ELECTRIC CALLBOY eram o prato forte da noite e, feitas as contas, não desiludiram. Depois de terminado o concerto, os comentários que se ouviam e liam nas redes sociais eram todos na mesma linha – “brutal!”, “incrível!!”, “abuso!!!”, “que jarda fofinha!!!!” – e, verdade seja dita, todos são verdade e servem para descrever o que se passou na estreia deste fenómeno viral alemão em solo luso. Desde o início com «Tekkno Train»,os músicostiveram o público na mão e, claro, os fãs não se imiscuiram de cantar, dançar e fazer furioso headbanging. É verdade que um tema como o mais recente single «Mindreader» se destacou e mostrou que os ELECTRIC CALLBOY podem ser mais do que uma vulgar party band , mas há algum tempo que não se via um público tão disponível para se divertir, saltar e suar, sem preconceitos. E sim, bastaria olhar para a caixa de comentários da LOUD!, para perceber que as batidas electrónicas continuam a ser vistas como uma palavra proibida nas tábuas dos dez mandamentos do heavy metal, mas ficou aqui provado que, ao vivo, a banda ganha um peso muito maior do que tem em disco – e quem perdeu foi quem ficou com o rabo sentado no sofá. Entre muitos confettis lançados ao ar para abrilhantar a noite, um fã mais novo teve o prazer de se juntar à banda já no encore, para a interpretação de «Spaceman», num momento que certamente tão cedo não irá esquecer. Com as despesas da despedida feitas ao som dos êxitos «Pump It» e «We Got The Moves», tornou-se claro que testemunhámos uma noite especial e, tendo em conta o grande sucesso desta estreia, com a sala totalmente esgotada, um hipotético regresso dos ELECTRIC CALLBOY a Portugal não deve demorar muito tempo.
FOTOS: Solange Bonifácio