A 7 de Julho de 1992, o «Images And Words» afirmou de vez os DREAM THEATER como uma proposta musical acima da norma.
Editado originalmente a 7 de Julho de 1992 pela Atco Records, o «Images And Words» comemora hoje o seu 31.º aniversário. Este, que é o segundo álbum de estúdio dos DREAM THEATER, foi gravado entre Outubro e Dezembro do ano anterior nos estúdios BearTrack e The Hit Factory, ambos em Nova Iorque, com David Prater sentado na cadeira de produtor.
Três anos após a estreia com «When Dream And Day Unit», o «Images And Words» marcou um passo evolutivo de gigante para o grupo então formado por John Petrucci na guitarra, Kevin Moore nos teclados, John Myung no baixo e Mike Portnoy na bateria e percussão, assinalando a estreia de James LaBrie na voz e valendo-lhes o único hit radiofónico que gravaram durante a sua carreira, graças à icónica «Pull Me Under».
Não haverá melhor prova da relevância da sua popularidade que o facto de, quase três décadas depois de ter chegado aos escaparates, se manter estoicamente na posição de maior sucesso comercial em todo um fundo de catálogo sem mácula.
Convenhamos, por esta altura, a banda norte-americana atingiu um patamar que ninguém, entre os seguidores do peso de tendências progressivas, pelo menos, se atreve a ignorar — os DREAM THEATER estão para o metal progressivo como os Black Sabbath estão para o doom, os Iron Maiden para o heavy ou os Slayer para o thrash.
Porquê? Porque, ao longo do seu percurso, conseguiram, de forma muito surpreendente, estabilizar uma síntese de melodias inconfundíveis, instrumentação prog e sensação de peso agressivo incomparável no espectro do heavy metal. Graças a uma espantosa alquimia estética e criativa, os DREAM THEATER, basta o nome, são hoje sinónimo da força do talento, da habilidade e do poder criativo, assim como do resultado obtido na junção dos três elementos num colectivo de músicos com capacidades extraordinárias.
O mais curioso agora, tanto tempo depois, é perceber que todo esse génio já estava bem presente num álbum como «Images And Words», um dos registos mais completos e on point que assinaram. O primeiro álbum dos DREAM THEATER com o (na altura) novo vocalista James LaBrie afirma-se como uma excelente mistura de estilos de metal progressivo com linhas vocais sinceras e algumas das letras mais instigantes que a música pesada tem para oferecer.
Mostrando desde bem cedo toda a resiliência que sempre os caracterizou, os músicos não se deixaram abater pelo abandono súbito de Charlie Dominici e, após terem feito audições a quase 200 candidatos e assinado um contrato com a multinacional Atco, deram continuidade ao seu percurso com um engenho impressionante.
Assinando uma mistura equilibrada de metal e rock progressivo com vocalizações sinceras e letras provocadoras, os DREAM THEATER, na altura formados por John Petrucci, John Myung, Mike Portnoy e Kevin Moore mostraram uma habilidade impressionante nos seus respetivos instrumentos, traduzida numa coleção de canções muito fortes e construídas de forma intrincada, que funcionaram como a base perfeita para LaBrie dar azo a toda a sua criatividade, espelhada na impressionante amplitude do seu registo vocal.
Com Petrucci, o baixista Myung e o baterista Portnoy todos treinados na Berklee College of Music — uma das escolas de música mais reputadas e respeitadas dos Estados Unidos e do mundo — a mostrarem a sua habilidade impressionante nos respectivos instrumentos, o «Imagens And Words» é um dos ex-líbris mais celebrados de que há memória no espectro do heavy metal progressivo.
Ao trio base juntam-se, nesta fórmula de sucesso, os teclados de Kevin Moore, que tecem fortemente em canções intrincadamente construídas, enquanto James LaBrie mostra uma gama impressionante com o seu registo de tenor. Da complexidade de «Metropolis, Pt. 1» à épica «Learning To Live», passando pela emblemática «Pull Me Under» (que, com direito a vídeo-clip e edição em formato single, se transformou no primeiro grande êxito do grupo), o «Images And Words» afirmou de vez os DREAM THEATER como uma proposta musical acima da norma.