A super-banda de New Orleans DOWN regressou ao estúdio ao fim de mais de uma década e já antecipa um disco fiel às origens, com lançamento marcado para 2026.
Depois de mais de dez anos de silêncio editorial, os DOWN estão finalmente de volta ao estúdio. Na passada quarta-feira, 9 de Julho, os guitarristas Pepper Keenan e Kirk Windstein entraram nos OCD Recording Studios, em Metairie, Louisiana, para começarem a gravar as guitarras do novo álbum da banda — um registo muito aguardado e com lançamento previsto para 2026, sob a chancela da Nuclear Blast Records.
Uma curta filmagem partilhada pela banda mostra os dois guitarristas dos DOWN em plena sessão de gravação, envoltos pela atmosfera íntima do estúdio. Fotografias adicionais, também divulgadas online, revelam momentos descontraídos mas focados entre os membros da formação histórica, composta ainda por Philip H. Anselmo na voz, Jimmy Bower na bateria e Pat Bruders no baixo.
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O anúncio do contrato da assinatura do contrato com a Nuclear Blast foi feito em Abril, com entusiasmo partilhado tanto pela editora como pela própria banda. “A Nuclear Blast orgulha-se de estar na linha da frente com os lendários DOWN, de New Orleans, neste tão aguardado regresso ao mundo do metal”, disse a editora num comunicado à imprensa. “Estamos também entusiasmados por voltar a dar destaque a alguns dos lançamentos clássicos da banda, especialmente em vinil. Há muitos fãs de longa data dos DOWN dentro da própria Nuclear Blast, e 2026 não pode chegar mais depressa.”
Já Anselmo resumiu o sentimento do grupo com clareza: “É bom assinar com a Nuclear Blast Records. É uma boa casa para nós e estamos prontos para fazer umas gravações brutais!” Keenan, que já colabora com a editora com os CORROSION OF CONFORMITY, acrescentou: “É uma honra estar aqui com os meus irmãos dos DOWN. A equipa da Nuclear Blast é uma máquina bem oleada, e percebe-se que adoram o que fazem. Estamos no sítio certo.” Também Bower se mostrou animado: “A Nuclear Blast é uma grande editora, com discos excelentes no currículo. É uma honra terem pegado nos nossos temas!”
A banda encabeçou recentemente a primeira noite do Milwaukee Metal Fest e concluiu uma digressão pelos Estados Unidos com DANZIG, sinalizando que a máquina está de novo operacional — não só ao vivo, mas também em estúdio. Apesar de pontuais regressos ao palco, os DOWN não lançam material novo desde a edição do EP «Down IV – Part Two», em Maio de 2014. Esse trabalho vendeu cerca de 10.000 cópias na primeira semana nos Estados Unidos, estreando-se na 23.ª posição da Billboard 200. Dois anos antes, o EP «Down IV Part I – The Purple EP» também teve um bom desempenho, com cerca de 12.000 cópias vendidas e uma entrada directa para o 35.º lugar da mesma tabela.
A longa espera por novo material — e o peso simbólico do regresso — está a ser compensada com uma abordagem que os próprios músicos reconhecem como sendo mais orgânica e próxima das origens. Em entrevista ao site Concrete Spew, em Abril, Kirk Windstein explicou a direcção do novo álbum: “Soa aos DOWN. Parece refrescante porque não fazíamos nada juntos há, sei lá, uns 12 anos. Para mim soa mais aos DOWN antigos. E digo isto porque chegámos a um ponto em que… o álbum «NOLA» era tão simples, que se escreveu praticamente sozinho. É assim que este disco está a surgir, o que é óptimo.”
Segundo Windstein, o grupo evita deliberadamente complexidades excessivas: “Não estamos a pensar demais. Não estamos a tentar fazer as coisas demasiado complicadas. O Philip não está a tentar escrever letras em excesso. Sentimos que nos afastámos um pouco… não quero dizer que nos tenhamos desviado, porque tudo o que fazemos é DOWN, mas precisávamos de voltar a olhar uns para os outros e dizer: ‘Vamos simplesmente entrar numa sala de ensaio e fazer isto como fazíamos no início.’ E é isso que está a acontecer. É mágico. As ideias surgem e formam-se de forma natural.”
Este regresso à espontaneidade que marcou o clássico «NOLA», de 1995 — obra seminal do sludge e pedra angular da identidade sonora dos DOWN — poderá marcar um novo capítulo na discografia da banda. Com um novo LP no horizonte, uma editora motivada por trás e os cinco músicos sintonizados com a sua herança comum, o próximo ano promete devolver aos DOWN o lugar cimeiro que sempre ocuparam no panteão do metal sulista. Até 2026, resta aos fãs manterem-se atentos às actualizações — e saborearem os primeiros vislumbres de um disco que poderá ser tão marcante como o seu icónico ponto de partida.