Depois de ter andado na estrada pela Europa a encantar plateias como artista convidado dos DREAM THEATER, DEVIN TOWNSEND regressou finalmente às digressões em nome próprio este ano. O retorno faz-se com um novo álbum e uma subsequente tour , que inclui uma paragem em Portugal, para um concerto único no Cineteatro Capitólio, em Lisboa, a 18 de Março. Quatro anos depois do aplaudido «Empath», e três após a edição do registo ao vivo «Order Of Magnitude: Empath Live, Vol. 1», o músico vai traz na bagagem o novo registo de originais, escrito durante a pandemia. «Lightwork» foi produzido por GGGarth Richardson e misturado por Joe Baressi. Convenhamos, tendo em conta a energia que corre nas veias do “Hevy Devy”, não é de estranhar que tenha decidido aproveitar o seu período de confinamento para se manter tão ocupado quanto a pandemia lhe permitiu. O músico lançou uma série de podcasts de análise à sua brilhante carreira, participou em diversas colaborações a solo ou com outros músicos e fez três atuações online para caridade, que lhe permitiram angariar milhares de dólares para os profissionais de saúde da linha de frente do combate à pandemia.
Com edição originalmente agendada para o dia 28 de Outubro, «Lightwork», o muito aguardado novo longa-duração de DEVIN TOWNSEND foi por fim lançado a 4 de Novembro, depois de ultrapassados os habituais problemas de fabrico, situação recorrente que tem afectado muitos músicos e editoras de há uns tempos a esta parte. “Bem-vindos ao meu mais recente álbum, «Lightwork»!“, dizia Devin num comunicado. “Os últimos anos têm sido muito intensos, e esta foi a música que escrevi durante esse tempo. Em essência, o «Lightwork» é um disco um pouco mais orientado para a ‘canção’. É um pouco mais directo e mais simples do que muito do que tenho feito ultimamente. Depois de ter feito o «Empath» e o «The Puzzle», as coisas voltaram a pender na direcção de arranjos um pouco mais tradicionais.” Criado a partir de um arquivo de material escrito durante a pandemia, «Lightwork» — e o álbum de lados B e maquetas que o acompanha, «Nightwork» — mostra o músico a reflectir sobre aquilo que ele (e muitos de nós) passaram nos últimos anos.
Bem conhecido pelo seu delirante sentido de humor, em muitos casos auto-depreciativo, o multifacetado músico e produtor DEVIN TOWNSEND publicou uma análise sobre «Lightwork» que surpreendeu pela sinceridade. O álbum que foi gravado com o produtor GGGarth Richardson nos The Farm Studios em Vancouver, é descrito pelo artista canadiano como algo que ele pode, na verdade, “adorar mesmo“. Diz Devin que «Lightwork» “é diferente para mim de algumas formas: gastei uma considerável quantidade de tempo a tentar não gostar dele (acho eu) porque trabalhei com uma equipa em vez de fazer tudo sozinho, e acho que os desafios desse processo me desconectaram ligeiramente da música ao princípio e queria mesmo odiá-la. No final, no entanto, decidi que não só gosto do álbum, mas posso na verdade adorá-lo mesmo.” Devin continua, num longo discurso publicado no seu Instagram: “Não é o que eu esperava e não é o que eu teria feito, como é óbvio, se tivesse sido deixado sozinho com ele, mas isso no final de contas pode ter sido o próprio objectivo disto tudo. Faz-me sentir bem e é algo bastante saudável. Como que representa uma ‘ponte entre dois continentes’ de algumas maneiras… como por exemplo: uma espécie de ponto de equilíbrio entre onde eu ‘estava’ e para onde vou. É algo simples estruturalmente e mais ou menos comercial em alguns sentidos, mas ainda é algo que posso apoiar e gostar de ouvir, e não só diz aquilo que sinto que preciso dizer nesta altura, mas se calhar também diz coisas que eu não me tinha apercebido que tinha que dizer, para além disso.”
Devin conclui, dizendo que: “depois de trabalhar sem descanso antes desta digressão para o terminar e ficar em paz com o álbum, tenho orgulho em dizer que é bom. Vamos lançar três temas que juntos são uma espécie de resumo do tema, e honestamente, depois de algumas falsas partidas, vou eu próprio fazer os dois primeiros vídeos esta semana, porque acho que é mais honesto dessa forma. A primeira canção é uma introdução simples ao tema que pode ser desagradável ao princípio. A segunda é a minha favorita, e a terceira vai ser super épica. Têm sido uns anos difíceis, e a minha vida mudou de forma mais dramática do que eu me tinha apercebido… o «Lightwork» representa, acho, a determinação para permanecer em equilíbrio durante uma altura turbulenta e estou grato por ele e pelo que vem a seguir. Espero que o público o veja pelo que é, ao contrário de pelo que não é, mas no final de contas: decidi que é o que eu precisava de dizer. Sei que sou um lunático de muitas maneiras, mas penso que estou mais em paz com isso agora também.“