Se as contas não falham, «On The Grind» é já o quinto álbum de uma das mais bem sucedidas bandas de hardcore de sempre em Portugal. A influência e o legado criados pelos DEVIL IN ME nos últimos quinze anos é inegável, sendo que muito desse tempo foi passado na estrada e recheado de altos e baixos. Podemos descrever este novo disco como um regresso em grande após terem anunciado o fim. Felizmente, a paixão manteve-se forte e conseguiram criar o melhor álbum da sua carreira. Sonicamente, «On The Grind» é de longe o melhor registo da banda. Gravado em “casa”, nos Eyeball Studios, percebemos rapidamente que tudo foi preparado ao mais pequeno pormenor. O som de bateria roça a perfeição de uma maneira que chega quase a ser obscena, a parede de guitarras é pujante e poderosa e o groove está presente ao longo de todo o disco. É, aliás, nas guitarras onde se nota um novo condimento com a adição do guitarrista João Brito à banda, mostrando que solos e hardcore, quando bem feitos, elevam o estilo a outro patamar. «Awake», «D.L.T.» (com a participação de Scott Vogel, dos TERROR) e «War» vão, facilmente, ganhar um lugar cativo nos próximos concertos. Está aqui, seguramente, um dos melhores discos “tugas” de 2022. Portanto, o mote está lançado e a fasquia está muito elevada. Agora façam melhor! E, claro, esta review não podia chegar ao fim sem referir o regresso do baixista Jonathan Morley, que trouxe de volta aquela sua energia e charme aos concertos da banda. [8.5] D.R.