Os veteranos germânicos do black/thrash DESASTER regressam com uma crítica feroz à idolatria moderna e uma sonoridade mais diversificada.
Activos desde 1989, os DESASTER continuam fiéis à sua cruzada sonora enraizada no black/thrash mais cru e impiedoso, mas com espaço para evolução. Quatro anos depois de «Churches Without Saints», o colectivo regressa com um álbum que, segundo o guitarrista fundador Infernal, mantém a essência mas introduz novas nuances: “Embora o nosso LP anterior fosse uma típica descarga de black/death/thrash à DESASTER, o novo disco é um pouco mais diverso. Claro que continuamos a carregar o nosso som clássico, mas há também partes onde as nossas raízes punk estão mais visíveis do que nunca.”
Essa abertura a diferentes influências não significa uma quebra com o passado, mas sim uma reafirmação da identidade musical construída pelos DESASTER ao longo de mais de três décadas. E se a cadência de edições parece ter abrandado, o motivo não é falta de ideias. “Agora lançamos um disco de quatro em quatro ou cinco anos, mas não é por escassez de criatividade,” explica Infernal. “A verdade é que as obrigações fora da banda aumentaram. Mas quando os astros se alinham, há sempre magia no ar. E é disso que nascem as boas canções.”
O título do novo álbum, «Kill All Idols», deixa desde logo antever uma mensagem bem provocadora e contundente. Sataniac, o vocalista dos DESASTER, não esconde a intenção: “Todos os ‘modelos a seguir’, sejam políticos, religiosos, sociais ou económicos, servem apenas os seus próprios interesses e a sua manutenção no poder. Este título é apenas um convite a pensar pela própria cabeça. Ou pelo menos a tentar.”
E acrescenta, com sarcasmo: “O dinheiro é o último deus em que se acredita, e o maior ‘modelo’ para boa parte da sociedade atual. Isto diz tudo. Dinheiro e ganância linear não são bons nem sustentáveis. Mas o que se pode esperar? Afinal, tudo isto foi criado em sete dias. Talvez o criador todo-poderoso devesse ter demorado um pouco mais,” conclui, rindo-se.
Como avanço ao disco, foi já lançado o primeiro single, «Towards Oblivion». Um tema que já pode ser ouvido em cima e que, segundo Sataniac, reflete o aniquilamento da humanidade: “É uma canção de louvor ao homo sapiens, que não poupa esforços para ser esquecido ao destruir os seus próprios alicerces. Mas não nos enganemos: não estamos a destruir a Terra. Apenas a tornar esta zona habitável num lugar inabitável para nós próprios. Não é maravilhosa, esta arrogância que precede a queda?”.
A história da canção remonta a um esboço inicial chamado «Stormbringers», pensado como hino de speed metal dedicado ao fã-clube dos DESASTER. O guitarrista Infernal revela que parte do tema reaproveita secções da faixa «Hellbangers», do álbum «Satan’s Soldiers Syndicate», de 2007: “A ideia era lançá-lo como single em versões distintas, mas acabámos por mudar a letra e o título. Para mim, acabou por ser uma das melhores faixas do álbum.”
Gravado na sala de ensaio da banda com o engenheiro de som Jan “Janosch” Gensheimer, e misturado e masterizado por Greg Wilkinson (dos AUTOPSY) no estúdio Earhammer, em Oakland, o novo LP acaba por representar também um passo em frente na produção sonora dos DESASTER. “O Greg conseguiu dar uma nova face ao nosso som. A colaboração foi perfeita e raramente ficámos tão satisfeitos com o resultado final,” reconhece Infernal. «Kill All Idols» vai ser editado nos formatos CD e vinil; as pré-encomendas já estão disponíveis aqui.

01. Great Repulsive Force | 02. Emanation Of The Profane | 03. Towards Oblivion | 04. Kill The Idol | 05. Ash Cloud Ritual | 06. Fathomless Victory | 07. Throne Of Ecstasy | 08. They Are The Law | 09. Stellar Remnant | 10. Idols’ End (Outro)