O «Symbolic» faz hoje anos! Aquele que é o sexto álbum de estúdio dos DEATH, foi originalmente editado a 21 de Março de 1995.
Volta e meia somos presenteados com um álbum que se torna um clássico instantâneo. Uma obra-prima. Geralmente são discos sem uma única música má, sem momentos mortos, sem falhas — o «Symbolic» é um desses álbuns. A 21 de Março, mas em 1995, os lendários DEATH lançaram o que acabaria por ser o seu penúltimo longa-duração. Liderado como sempre pelo guitarrista e vocalista Chuck Schuldiner, que sempre foi o cérebro por trás desta operação, o grupo estabeleceu-se como progenitor do death metal, mas a cada álbum lançado denotou desde cedo uma progressão constante na direcção ao metal técnico e progressivo.
Desde a edição do clássico «Leprosy», o som dos DEATH mudou muito. Da sova simplista e brutal dos dois primeiros álbuns, Chuck evolui para um estilo mais desafiante que atingiu um ponto de perfeição no «Symbolic». Por esta altura, a banda já se tinha tornado uma potência do metal e, merecidamente, eram vistos como um dos maiores inovadores dentro da música extrema.
Acompanhado por uma formação de luxo, completa com o exímio Gene Hoglan na bateria, Kelly Conlon no baixo e Bobby Koelble na guitarra, nesta colecção de nove temas Schuldiner mostrou não só a grande versatilidade da sua visão musical em toda a sua plenitude, mas também as muitas facetas de um estilo tão focado quanto extremo.
No final, não é fácil perceber com certeza se são os riffs, a musicalidade ou as letras que diferenciam este álbum de tantos outros lançados na mesma altura. No entanto, a resposta mais sensata é que o segredo seja uma combinação destes três aspectos. Verdade seja dita, os DEATH estiveram sempre um passo (ou dois) à frente da maioria dos seus contemporâneos, e o «Symbolic» marcou o culminar do seu processo de mutação. Uma enorme conquista, portanto, mas apenas um dos muitos legados que Schuldiner nos deixou para a eternidade.
Dúvidas restassem relativamente ao impacto que este disco, e os DEATH, tiveram no espectro da música extrema, em 2000, a pintura original, assinada pelo artista Rene Miville e usada na capa de «Symbolic», foi vendida no eBay por uns impressionantes 10.100 dólares. Ao que se sabe, a dado momento, Chuck Schuldiner, mentor, guitarrista, vocalista e estratega do grupo pioneiro do death metal, teve esta peça de arte original pregada numa parede da sua casa.
No entanto, além de um pequeno dano no topo, a obra — que completou a trifecta criada pelo talentoso Rene Miville para os DEATH e de que fazem também parte as ilustrações usadas nos discos «Human» e «Individual Thought Patterns» — estava ainda em óptimo estado na altura da venda. Curiosamente, este foi o artista que desenhou também a contracapa do álbum «The End Complete», editado em 1992 pelos OBITUARY.
Chuck Schuldiner faleceu no dia 13 de Dezembro de 2001 após uma batalha com um um tipo raro de tumor cerebral. Durante a última década, o fundo de catálogo dos DEATH foi alvo de uma meticulosa campanha de reedições via Relapse Records.