Editado a 22 de Outubro de 1991, o «Human» deu início a uma nova fase na carreira dos DEATH. Apoiado num dos mais geniais ajuntamentos de instrumentistas talentosos na esfera da música extrema, Chuck Schuldiner provou que podia evoluir muito além do “trogloditismo” do passado.
Originalmente editado a 22 de Outubro de 1991 pela Relativity Records, o quarto álbum da banda norte-americana então formada por Chuck Schuldiner na guitarra/voz, Paul Masvidal na guitarra, Steve Di Giorgio no baixo e Sean Reinert na bateria já foi lançado há mais de três décadas. O sucessor de «Spiritual Healing», que tinha sido editado no ano anterior, foi produzido por Schuldiner em parceria com o reputado Scott Burns nos lendários Morrisound Recording, em Tampa, na Florida.
Em retrospectiva sabemos que foi este o disco que deu início a uma nova fase na carreira dos DEATH, sucedendo à trilogia inicial que ajudou a delinear o nascimento de todo um subgénero da música extrema. Com o predecessor «Spiritual Healing» a encerrar o segundo capítulo da carreira da banda (o primeiro consistiu no período em que andaram a gravar maquetas, num processo de autodescoberta extraordinariamente prolongado), deu-se aqui o tiro de partida para o iminente pico criativo do talentoso Chuck Schuldiner.
Foi, de resto, no «Human», e em temas como «Flattening Of Emotions», «Suicide Machine», «Together As One» ou «Lack Of Comprehension» que o músico alcançou a grandeza e estabeleceu a base para tudo o resto que os DEATH fizeram a seguir.
Feitas as contas, o «Human» é uma referência, uma declaração de intenções; a prova que faltava para mostrar de uma vez por todas que o death metal não podia mais ser relegado apenas à mera força bruta, mas que podia evoluir além do “trogloditismo” do passado. O death metal podia adaptar-se ou morrer. Adaptou-se.
Do ponto de vista da formação (sempre uma trama intrigante de qualquer álbum dos DEATH), o líder do grupo tinha-se separado de toda a formação que gravou o disco anterior há relativamente pouco tempo, substituindo James Murphy por Paul Masvidal, um shredder mais jovem e ainda mais refinado e versátil.
Com a sólida secção rítmica formada por Steve Di Giorgio e Sean Reinert (parceiro de Masvidal nos desafiadores CYNIC), o «Human» afirmou-se desde cedo como a primeira entrada numa sequência de lançamentos em que Schuldiner adoptou uma abordagem mais progressiva e técnica, em pleno contraste com a abordagem mais abrutalhada de discos como «Scream Bloody Gore» e «Leprosy». E, para todo o sempre, representará um dos mais geniais ajuntamentos de instrumentistas talentosos na esfera da música extrema.