Na sua estreia em Portugal, os norte-americanos DEAD POET SOCIETY não precisaram de muito tempo para estabelecer uma intensa ligação com os fãs.
Os DEAD POET SOCIETY são uma daquelas bandas tão entusiasmantes que deixam o ouvinte mais incauto de queixo caído com o talento e a vontade de singrar que mostram. Do nada, apareceram em cena com um álbum de estreia na Spinefarm e apanharam o mais batido dos melómanos de surpresa com a sua abordagem ao rock pesado e aventureiro.
Tecnicamente muito astutos e sem colagens a rótulos demasiado óbvios, estes jovens norte-americanos misturam melodias orelhudas com riffs de rock pujante e, nas doses certas, embalam em compassos bem pesadões, mostrando uma capacidade enorme para encontrarem um ponto de equilíbrio perfeito entre o peso e a melodia pegajosa. Tão cativante como desafiador, o quarteto adoptou uma paleta musical que vai de temas pesados a baladas belíssimas e, apoiados em guitarras fretless e na voz bem quente de Jack Underkofler, cultivaram um som característico, que é tão único como uma impressão digital.
A provar que a audácia também produz dividendos, os DEAD POET SOCIETY têm tido um percurso verdadeiramente alucinante. Desde o lançamento do muito aplaudido «-!-», no Verão de 2021, a banda acumulou mais de 30 milhões de streamings globais, com mais de dez desses milhões só nos Estados Unidos.
O single «.CoDA.» foi incluído na playlist ‘Rock This’ do Spotify, trepou ao Top 15 nas rádios do outro lado do Atlântico e acabou mesmo por passar mais de 20 semanas nas tabelas de popularidade. Simultaneamente, os músicos passaram o máximo de tempo possível na estrada e, em 2024, com um novo álbum da bagagem, aterraram pela primeira vez em Portugal na passada sexta-feira.
Ainda antes dos DEAD POET SOCIETY subiram ao palco, as honras de abertura estiveram a cargo do duo – que, ao vivo, se transforma num trio – canadiano READY THE PRINCE, composto por Steve DeCiantis na voz e no baixo e Daniel Prada na guitarra. Os músicos serviram 30 minutos bastante intensos e aproveitaram para promover o seu disco de estreia, «Book Of Ōji». O pontapé de saída foi dado ao som de «Ōji» e a jogada final foi feita ao som de «Lightining», sendo que, pelo meio, a banda passou também por canções como «Dead Roads», «Sabertooth», «Torn Up» e «Backslider».
Alinhamento READY THE PRINCE: 01. Ōji | 02. Dead Roads | 03. PB&J | 04. Sabertooth | 05. Pray | 06. Torn Up | 07. Backslider | 08. Lightning
Originários de Boston, nos Estados Unidos, os DEAD POET SOCIETY iniciaram uma digressão de promoção ao seu mais recente álbum, intitulado «Fission», em Lisboa. Apesar da meia casa, quem marcou presença era bastante conhecedor do percurso da banda de Jack Underkofler e os músicos não precisaram sequer de muito tempo para criarem uma ligacão ao público presente.
Com a entrada de «Hard To Be God», Underkofler rapidamente saltou para junto da barreira de segurança e saltou para os braços do público a cantar. Este é o tipo de movimento que agarra o público desde início e, daí para a frente, foi ver o público a cantar todas as músicas em uníssono. «I Hope You Hate Me», um dos singles de avanço para o lançamento do novo álbum, foi outro tema que não faltou no alihamento e que levou o público ao rubro.
De resto, o alinhamento da noite foi-se dividindo entre os temas de «Fission» e da estreia «-!-», com destaque para «.AmericanBlood» e «.intoodeep», tema que encerrou a actuação do quarteto norte-americano. Pelo meio, ainda houve uma viagem fugaz ao primeiro EP do grupo, «Dempsey», de onde foram buscar «Lo Air». No geral, foi uma boa estreia dos DEAD POET SOCIETY em Portugal e esta não será, certamente, a ultima vez que iremos vê-los por cá.
Alinhamento DEAD POET SOCIETY: 01. Hard To Be God | 02. Running In Circles | 03. I Hope You Hate Me. |04. .AmericanBlood. | 05. HURT | 06. Bacalar | 07. 81 Tonnes | 08. I Never Loved Myself Like I Loved You | 09. .SALT. | 10. Lo Air | 11. .CoDA. | 12. My Condition | 13. .intoodeep.