DAVE MUSTAINE celebra hoje o seu 63.º aniversário e, neste documentário, explica-nos de uma vez por todas porque sempre teve tantos ciúmes do sucesso dos METALLICA.
Em mais um episódio da série “Icons”, da Gibson TV, Dave Mustaine, o líder dos MEGADETH, dá-nos um olhar íntimo à sua jornada musical e partilha histórias muito pessoais sobre sua infância, o seu tempo com os METALLICA e, claro, o duradouro legado da sua própria banda. Além de uma longa entrevista, fotografias raras e filmagens da carreira e da vida tumultuosa do músico norte-americano pintam o quadro de um homem que superou muitas situações adversas e que, a dada altura, chegou mesmo a perder a sua paixão pela guitarra.
A dado momento, Dave Mustaine relembra como passou a dura viagem de autocarro de Nova Iorque para a Califórnia após ter sido despedido por James Hetfield e Lars Ulrich em 1983, e fala também do impacto que essa separação teve na sua vida e carreira. “Foi uma viagem longa. E eu já sabia que ia ser longa“, diz o músico a dada altura do documentário que podes ver na íntegra no player em baixo.
“Pensei muito durante o caminho para casa. Será que queria continuar a tocar guitarra? Queria continuar a fazê-lo? O que poderia fazer a seguir? Essas eram as questões que tinha na minha cabeça. E percebi rapidamente que tinha de seguir em frente. Decidi fazer uma banda que fosse mais metal que os Metallica“, conclui Dave Mustaine.
“Depois de me ter separado dos Metallica, ir vendo muitas das coisas que eles fizeram, vê-los terem o seu sucesso… Na verdade, custou-me muito e acho que podia ter sido qualquer coisa”, continuou ele. “Eles podiam ter deixado de tocar metal e começado a fazer Twinkies, que eu ia ficar com ciúmes porque éramos amigos e, de repente, deixámos de sê-lo.
Tudo que sabia naquela altura é que queria continuar a fazer o que estávamos a fazer juntos, porque fazíamos as pessoas felizes e andávamos os quatro juntos por aí como se fossemos algo especial. A verdade é que, ao longo da minha vida, nunca me tinha sentido especial. Mas tinha a minha guitarra, tínhamos aquela banda, e isso fazia-me sentir que era alguém.”
Numa nota mais positiva, o músico acrescenta que “está feliz” por poder dizer que, actualmente, a sua relação com os ex-companheiros de banda “é muito diferente” e que vive de forma pacífica com o sucedido. “Agora somos todos diferentes. Somos pais. Estamos mais velhos“, diz Dave Mustaine.
“Feitas as contas, acho que o mais chocante e mais difícil de tolerar ou aceitar foi que, quando eles me despediram, eu senti que tinha parado e desperdiçado o meu tempo. Agora, sei que não é verdade, mas quando era miúdo não conseguia ver as coisas assim. Nunca tive mentores, nunca tive ninguém que falasse comigo e me dissesse que ia superar a situação e ficar muito mais feliz por tê-lo feito.”
Tendo feito parte dos METALLICA entre 1982 e 1983, o guitarrista não tocou em nenhum álbum da banda e não participou na sua introdução no Rock And Roll Hall Of Fame em 2009.